quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Líder de polícia secreta nazista foi enterrado em cemitério judeu

Fonte: Opera Mundi - 31/10/2013 

Heinrich Müller, um dos principais líderes da Gestapo (Geheime Staatspolizei, a Polícia Secreta do Estado) e desaparecido desde 1945, foi enterrado em um cemitério judeu em Berlim, revelou nesta quinta-feira (31/10) um historiador, citado pelo jornal alemão Bild. Müller foi chefe máximo da polícia secreta da Alemanha nazista e arquiteto da execução de judeus durante o Holocausto.

A descoberta foi feita pelo professor Johannes Tuchel, diretor do Memorial à Resistência Alemã, com sede na capital do país.


Heinrich Müller (ao centro) é visto por historiadores como um dos grandes líderes do nazismo

"Gestapo Müller", como era conhecido na polícia nazista, diz o estudo divulgado na Bild, foi visto pela última vez em 26 de abril de 1945, enquanto dirigia o interrogatório - que culminou na execução - de Hermann Fegelein, general da SS (Schutzstaffel - "Seções de Choque", organização paramilitar ligada ao partido nazista) e cunhado de Eva Braun, a companheira de Adolf Hitler. Quando percebeu que a Alemanha tinha perdido a guerra, Fegelein tentou fugir com a amante para a Suécia mas foi capturado, torturado e fuzilado, sob ordens do líder alemão.

Segundo informações da Agência Efe, a informação contradiz a versão que persistia no serviço secreto da Alemanha Ocidental, segundo a qual Müller sobreviveu ao fim da Segunda Guerra Mundial e foi viver na cidade tcheca de Karlovy Vary. O corpo do hierarca nazista teria sido encontrado e identificado, em agosto de 1945, em um túmulo provisório próximo ao que foi o Ministério de Aviação do Reich.
Müller foi identificado porque ainda usava seu uniforme de general e sua folha de serviços no bolso, após o qual foi levado para uma vala comum do citado cemitério judeu.

O presidente do Conselho Central dos Judeus da Alemanha, Dieter Graumann, qualificou como de "mau gosto monstruoso" o fato de que tenha se decidido enterrar a "um dos mais sádicos nazistas" justamente em um cemitério judeu, questão que considera um insulto à memória das vítimas.

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