A Palestina estava sob o domínio do Império Turco-Otomano, que, ao ser derrotado na Primeira Guerra Mundial, em 1918, perdeu o controle da região para a
Grã-Bretanha, na Declaração de Balfour, que se comprometeu a criar um “lar nacional” para
os judeus na Palestina e abriu o acesso à
imigração judaica articulada pelo movimento sionista, liderado,
entre outros, pelo escritor e jornalista Theodor Herzl (1860-1904).
Em 1947, a ONU decidiu repartir a
Palestina entre os 1 milhão e 300 mil palestinos
que viviam na região e os 600 mil judeus emigrados da Europa. O plano previa a criação de dois Estados, um judeu e um palestino,
com 57% e 43%, respectivamente. Os
árabes recusaram a proposta de partilha aprovada pela ONU.
Quando,
em 1948, acabou o mandato britânico na
Palestina, assim que as tropas britânicas deixaram a região, Davi Ben-Guiron
leu a Declaração de Independência em 14 de maio,
encerrando a dominação estrangeira na região e criando formalmente o Estado de
Israel. Em virtude do não reconhecimento do
novo Estado pela Liga Árabe (Egito, Síria, Líbano, Transjordânia e Iraque), desencadeou-se
a Primeira Guerra Árabe-Israelense (1948-1949), vencida
por Israel, que expandiu seus domínios para
75% do território da Palestina. O resto foi
anexado pelos países vizinhos: a Transjordânia anexou a Cisjordânia, e o Egito, a
Faixa de Gaza.
A consequência imediata foi a
expulsão de cerca de 900 mil palestinos, que ficaram dispersos nas regiões fronteiriças, onde se formaram
campos de refugiados sem nenhuma infraestrutura.
A tensão continuou latente e
levou a um novo enfrentamento, em 1956, a Segunda
Guerra Árabe-Israelense, que ficou conhecida como Guerra de Suez. Vencida mais uma vez por Israel, que contou com o apoio da Grã-Bretanha e da
França, implicou a
derrota do Egito e a conquista da península do Sinai. A pressão conjunta da
URSS e dos EUA obrigou Israel a recuar para a fronteira vigente em 1949, e o Sinai
foi ocupado por um contingente militar da ONU, os “boinas azuis”.
Em 1964,
organizou-se a OLP (Organização para
a Libertação da Palestina), cujo objetivo
era agir em sistema de guerrilha contra as forças israelenses, mas, em 1967, com a retirada das tropas da ONU, eclodiu
um novo conflito,
a Terceira Guerra
Árabe-Israelense, ou Guerra dos Seis
Dias, quando Israel enfrentou as tropas da Liga Árabe (Egito, Síria e Jordânia)
e, contando com apoio estadunidense, mais
uma vez venceu, ampliando ainda mais seu
território. Dessa vez, ocupou a Faixa de
Gaza, a península do Sinai, a Cisjordânia e as colinas
de Golan, provocando um novo êxodo e elevando o número de refugiados a cerca de 1 milhão e 600 mil.
Numa nova ação militar, aproveitando o feriado religioso judaico do Yom Kippur
(Dia do Perdão), os países árabes tentaram um
ataque-surpresa na primavera de 1973,
conhecida como Quarta Guerra
Árabe-Israelense:
Egito e Síria atacaram simultaneamente Israel, que reagiu imediatamente,
rechaçando as forças árabes; ao mesmo tempo,
a ONU começou intermediar um cessar-fogo.
Em 1977, o presidente egípcio
Anwar al-Sadat fez uma visita oficial ao
Estado de Israel e começou a articular um processo de apaziguamento que
culminou com o acordo de paz de Camp David,
assinado em 1979, com a intermediação do
presidente estadunidense Jimmy Carter, firmado entre o Egito e Israel,
representada pelo primeiro-ministro Menahen
Begin, que devolveu a península do Sinai ao controle egípcio. Sadat, por sua
vez, se tornou inimigo dos setores mais radicais do movimento palestino e foi
assassinado em 1981 por militares das Forças Armadas do Egito.
Alguns palestinos no exílio
adotaram a guerra terrorista como forma de luta. O líder do grupo Al-Fatah (a
conquista), Yasser Arafat, tornou-se
mais tarde líder da OLP, que pretendia a
criação de um Estado laico na região, englobando judeus, cristãos e muçulmanos.
A partir de 1973, a OLP decidiu
dar mais ênfase à luta no campo diplomático,
discursando na ONU, onde foi reconhecida como representante do povo palestino. Mas isso não foi suficiente para reduzir os
problemas, pois, em 1975, o Líbano foi palco de disputa entre as forças árabes e as
tropas israelenses, que se associaram às falanges militares cristãs, formadas
por libaneses que se opunham aos muçulmanos
e à causa palestina.
Entre 1975 e 1990, o Líbano foi
dilacerado por constantes ações militares. Forças militares israelenses ocuparam uma faixa ao sul da fronteira libanesa – uma “faixa de segurança” para deter ações de grupos
palestinos – e,
ao mesmo tempo, forças militares sírias ocuparam o
resto do território,
para conter o avanço de Israel.
Em 1992, com
a intermediação do presidente estadunidense Bill Clinton, foram firmados os
acordos de paz de Washington, entre o líder
palestino Yasser Arafat e o primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin, em 13 de setembro de 1993, abrindo caminho para o reconhecimento da autoridade
palestina, a qual assumiria o controle dos
territórios palestinos, forjando-se o
processo para a formação do Estado palestino. No entanto, a posição de Rabin
desagradou os setores conservadores israelenses, e,
em 1995, Yigal Amir, radical da extrema direita israelense o assassinou em 4 de novembro quando discursava sobre a importância
da paz para a boa convivência entre judeus e árabes, na então Praça dos Reis, hoje Praça Yitzhak Rabin, em Tel Aviv.
A Autoridade Nacional Palestiniana surgiu como
resultado dos Acordos de Oslo, assinados em setembro de 1993 por Israel e
a Organização para a Libertação
da Palestina. Nos termos estabelecidos, a autoridade
deveria existir até maio de 1999. No fim deste período, esperava-se ter
resolvido o estatuto final dos territórios da Faixa
de Gaza e da Cisjordânia,
ocupados por Israel após a vitória na Guerra dos Seis Dias de 1967. A
Autoridade Nacional Palestiniana deveria administrar parte significativa destes
territórios, assegurando através de forças policiais próprias a segurança dos
territórios.
Em maio de 1994, Israel retirou-se de
partes da Faixa de Gaza e da cidade de Jericó na
Cisjordânia e em pouco tempo a autoridade entrou em funções. Os seus primeiros
membros não foram eleitos, sendo membros da OLP. A autoridade assumiu o
controlo da educação, da saúde, turismo e finanças.
Apesar da oposição a este processo,
oriunda quer do lado palestiniano, quer do lado israelita, a 28 de setembro de
1995 Arafat e o primeiro-ministro israelense Rabin assinaram um acordo em
Washington no qual se previa a expansão do controlo da ANP na Cisjordânia,
assim como a realização de eleições para a presidência da ANP e para o Conselho
Legislativo da Palestina. As cidades de Jenin, Nablus, Tulkarm, Belém,
Qalqilyah e Ramallah, todas situadas na Cisjordânia, passaram para o controlo
da ANP. Em outubro de 1995, Israel entregou pequenas aldeias da Cisjordânia à
ANP.
Em janeiro de
1996, tiveram lugar as primeiras eleições para a presidência da Autoridade
Nacional Palestiniana e para o Conselho
Legislativo da Palestina. Yasser Arafat foi eleito presidente com
87,1% dos votos, ocupando o cargo até à sua morte em dezembro de 2004. O seu
partido, o Fatah,
ganhou 55 dos 88 lugares do conselho.
O cargo de
primeiro-ministro da ANP foi criado em 2003 pelo Conselho Legislativo da
Palestina, em larga medida por sugestão dos Estados Unidos, tendo sido Mahmoud Abbas (eleito presidente da ANP em janeiro
de 2005) o primeiro a ocupar o cargo.
Em fevereiro de 2005,
o primeiro-ministro de Israel Ariel Sharon e Mahmoud Abbas encontraram-se numa
cimeira em Sharm al-Sheikh e declararam uma trégua que terminou com a Intifada de Al-Aqsa.
Em setembro do mesmo ano, Israel deu por terminada a retirada dos seus
colonatos da Faixa de Gaza e, a partir de então, a ANP passou a assumir o
controlo daquele território.
Em
janeiro de 2006, o Hamas, grupo considerado
terrorista pelo governo de Israel, venceu as eleições parlamentares e formou
governo com Ismail Haniya como
primeiro-ministro. Analistas políticos consideraram a derrota do partido
moderado Fatah nas eleições resultado da
insatisfação da população palestina com a incompetência e corrupção do partido
Fatah, que detinha o poder da Autoridade Palestina. Entre 2006 e 2010, Fatah e Hamas estiveram rompidos, porém, se reconciliaram em 2011, apesar dos protestos de Israel, sob o governo conservador do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, responsável por mais este conjunto de ações brutais(bombardeio aéreo e de artilharia terrestre, além de ações com blindados em território palestino), com uso desmedido de força, caracterizando basicamente terrorismo de Estado, se não for crime de guerra e contra a Humanidade, nestas últimas três semanas, tendo até o presente momento (26/07) mais de 1000 mortos e mais de 6000 feridos (segundo fontes de Gaza), grande partes civis, enquanto Israel acumula 42 mortos (40 soldados e 2 civis), fruto dos foguetes lançados pelo Hamas contra o território israelense.
muito bom
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