Os anos de Guerra Fria esgotaram a economia da URSS,
forçando a população do país a acumular sacrifícios, enquanto as verbas eram
destinadas para as despesas militares e para a corrida espacial (outro campo de
competição entre as superpotências). No plano interno, a Guerra Fria provocou
uma "caça as bruxas" contra os críticos do regime. O terror
stalinista perpetuou-se com seus seguidores, Nikita Khrushchev (1953-64) e Leonid Brejnev (1964-82).
Nesse período, as tentativas de participação
popular foram classificadas como "revisionistas" ou de
"espionagem imperialista" e violentamente reprimidas.
Khrushchev e seu aliado Fidel Castro
É bem
verdade que, durante o governo de Khrushchev, tentou implantar um processo
durante o degelo, que era uma
tentativa de eliminar o lado personalista do poder soviético, inclusive
divulgando os terrores do governo de Stálin durante o XX Congresso do PCUS
(Partido Comunista da União Soviética), além de ensaiar uma pequena abertura.
Mas as perseguições continuaram e nem o próprio dirigente era aceito pelo
Partido Comunista, pois tinha acatado a ordem de retirar os mísseis nucleares
de Cuba e buscado aproximar-se dos EUA na sua política denominada “coexistência
pacífica”.
Leonid Brejnev
No entanto, em 1979 a URSS realiza uma intervenção militar no
Afeganistão, "o Vietnã soviético", recebendo uma intensa resistência
dos guerrilheiros mujahedins, os
quais lutariam até o final da invasão soviética em 1989, recebendo apoio
militar e logístico de agentes da CIA, a agencia de inteligência dos EUA.
Como contraponto aos atos belicistas da URSS, os EUA passaram, então, a
“desenvolver” um suposto plano de guerra espacial, batizado de “Guerra nas
Estrelas”. Ainda na década de 1980, os trabalhadores da cidade de Gdansk
(Polônia) fundaram o sindicato Solidariedade, independente do
sindicalismo oficial. Seu líder, Lech Walesa, acusado de ser um espião do
capitalismo, foi preso e posteriormente libertado diante das manifestações
populares.
Mikhail Gorbachev
Os
protestos no interior da União Soviética levaram o Comitê Central do Partido
Comunista a liberalizar o regime, indicando Mikhail Gorbachev para
ocupar o cargo de Secretário Geral. As palavras Glasnost e Perestroika (transparência política e reestruturação econômica respectivamente) passaram
a fazer parte do vocabulário do novo líder. Atendendo às pressões populares,
Gorbatchev foi obrigado a equilibrar-se entre a "linha dura” do PCUS
(velhos comunistas, stalinistas, militares e funcionários graduados do governo)
e os reformistas radicais, simbolizados por Bóris Yeltsin, que exigiam reformas
mais amplas, profundas e rápidas.
O Leste europeu foi sendo sacudido por várias manifestações em prol da democracia e liberdade, causando a derrubada dos dirigentes comunistas (Hungria, Alemanha Oriental, Polônia, Tchecoslováquia, Bulgária e Romênia) e a abertura da "Cortina de Ferro".
Berlim: dividida no pós-1945
Um dos
marcos da Guerra Fria foi a construção do Muro de Berlim em agosto de 1961 por
parte dos soviéticos, separando Berlim Ocidental(setores americano, francês e inglês) e Berlim Oriental(setor soviético) e cortando
qualquer acesso do lado comunista com a região capitalista. Era uma grande
extensão de arame farpado que depois deu origem a um extenso muro de concreto
também cercado com arame farpado, com vigilância constante de sentinelas e cães
(os quais deveriam reprimir à força qualquer tentativa de fuga do lado oriental
para o ocidental).
Vista do Portão de Brandemburgo com a separação promovida pelo Muro
O marco decisivo para este processo foi a queda do muro de Berlim em 09 de novembro de 1989, um fato que marcou o início da derrocada do comunismo na Europa, e posteriormente, em 03 de outubro de 1990, a Alemanha era reunificada, selando uma ferida aberta desde 1945.
09 de novembro de 1989: o "Muro da Vergonha" caiu !
Em meio a
essas transformações, as repúblicas que compunham a URSS, como Letônia,
Estônia, Lituânia, entre outras, passaram a declarar-se independentes,
com o rápido apoio e o reconhecimento dos países ocidentais.
Em 1990, a
"linha dura" reagiu às mudanças, tentando depor Gorbachev. Mas a
população saiu às ruas contra o golpe, e os generais foram julgados por alta
traição (dois deles suicidaram-se). Boris Yeltsin se apresentou como símbolo da
resistência ao comunismo e contra a "incapacidade" de Gorbachev. A
União Soviética foi extinta e substituída pela Comunidade dos Estados
Independentes (CEI) para a qual Boris Yeltsin foi eleito presidente, aprofundando
as reformas econômicas e implantando o sistema capitalista no leste
europeu.
Helmut Kohl, chanceler da Alemanha reunificada
Com o fim
da Guerra Fria, as duas superpotências puderam, finalmente, encerrar a Segunda
Guerra Mundial, devolvendo a autonomia à Alemanha, que foi reunificada em meio
a um delírio nacionalista. A comemoração colocou fim a uma fase da história do
século XX, mas deu origem a novos e maiores problemas, como:
· o
fechamento de indústrias (consideradas ultrapassadas e poluidoras) na
ex-Alemanha Oriental provocou um aumento do desemprego no país; a tentativa dos
alemães ocidentais de empregarem orientais causou a dispensa de milhares de
imigrantes que viviam na parte ocidental, aumentando a discriminação racial e a
perseguição aos estrangeiros, o que promoveu o crescimento dos partidos
neonazistas;
· o pagamento de salário-desemprego fez aumentar a cobrança de impostos sobre a população empregada; a desordem resultante fez que as crises financeiras se sucedessem, desestabilizando todo o plano de integração econômica previsto para a Comunidade Econômica Europeia (CEE);
· o renascimento do nacionalismo reavivou antigos ódios na Iugoslávia (composta por cinco povos diferentes), Tchecoslováquia, URSS, entre outros. O caso mais recente foram as intervenções militares desempenhadas pela OTAN na guerra da região do Kosovo, palco de atos de “limpeza étnica”.
· o pagamento de salário-desemprego fez aumentar a cobrança de impostos sobre a população empregada; a desordem resultante fez que as crises financeiras se sucedessem, desestabilizando todo o plano de integração econômica previsto para a Comunidade Econômica Europeia (CEE);
· o renascimento do nacionalismo reavivou antigos ódios na Iugoslávia (composta por cinco povos diferentes), Tchecoslováquia, URSS, entre outros. O caso mais recente foram as intervenções militares desempenhadas pela OTAN na guerra da região do Kosovo, palco de atos de “limpeza étnica”.
A Europa pós-Guerra Fria
Estabeleceu-se um conjunto de propostas
praticamente únicas, que são genericamente chamadas de globalização, que, grosso modo, pregam a liberalização total da
economia e a criação do Estado mínimo, ou seja, seria a retomada do discurso
liberal do século XVIII. Talvez por isso, seja também chamado de neoliberalismo. Os dirigentes
ocidentais que melhor expressaram essa foram de governar foram Margaret Thatcher, primeira-ministra do Reino Unido da Grã-Bretanha (1979-1990), e Ronald Reagan(1981-89),
presidente dos Estados Unidos por dois mandatos consecutivos, sendo sucedido por seu vice, George Bush(1990-1994).
Esse
projeto foi se espalhando pelos países do então chamado "Terceiro Mundo", como alternativa que
viabilizaria o desenvolvimento econômico. Entretanto, o que se vê não só nesses
países, mas mesmo na Europa industrializada, é um crescimento do desemprego e
da concentração de renda.
Por
outro lado, a Rússia, hoje, é aliada do mundo ocidental, mas isso não
representou para a população russa melhoria de vida - muito pelo contrário. Os
russos, endividados, ainda são temidos, pois são detentores do segundo maior
arsenal nuclear do mundo. Recentemente, deram mostras de sua determinação em
não perder o status de potência
militar ao realizarem uma agressiva intervenção militar na Chechênia (1994-96 e 1999-2009), assim
como recentemente, a intervenção militar na península da Criméia e a tensão separatista no leste da Ucrânia.
Sugestões do Gabinete:
A vida dos outros. Direção: Florian Henckel von Donnersmarck, 2006, 137 min:
Georg Dreyman (Sebastian Koch) é o maior dramaturgo da Alemanha Oriental, sendo por muitos considerado o modelo perfeito de cidadão para o país, já que não contesta o governo nem seu regime político. Apesar disto o ministro Bruno Hempf (Thomas Thieme) acha por bem acompanhar seus passos, para descobrir se Dreyman tem algo a esconder. Ele passa esta tarefa para Anton Grubitz (Ulrich Tukur), que a princípio não vê nada de errado com Dreyman mas é alertado por Gerd Wiesler (Ulrich Mühe), seu subordinado, de que ele deveria ser vigiado. Grubitz passa a tarefa a Wiesler, que monta uma estrutura em que Dreyman e sua namorada, a atriz Christa-Maria Sieland (Martina Gedeck), são vigiados 24 horas. Simultaneamente o ministro Hempf se interessa por Christa-Maria, passando a chantageá-la em troca de favores sexuais.
Sugestões do Gabinete:
A vida dos outros. Direção: Florian Henckel von Donnersmarck, 2006, 137 min:
Georg Dreyman (Sebastian Koch) é o maior dramaturgo da Alemanha Oriental, sendo por muitos considerado o modelo perfeito de cidadão para o país, já que não contesta o governo nem seu regime político. Apesar disto o ministro Bruno Hempf (Thomas Thieme) acha por bem acompanhar seus passos, para descobrir se Dreyman tem algo a esconder. Ele passa esta tarefa para Anton Grubitz (Ulrich Tukur), que a princípio não vê nada de errado com Dreyman mas é alertado por Gerd Wiesler (Ulrich Mühe), seu subordinado, de que ele deveria ser vigiado. Grubitz passa a tarefa a Wiesler, que monta uma estrutura em que Dreyman e sua namorada, a atriz Christa-Maria Sieland (Martina Gedeck), são vigiados 24 horas. Simultaneamente o ministro Hempf se interessa por Christa-Maria, passando a chantageá-la em troca de favores sexuais.
Adeus, Lênin! Direção: Wolfgang Becker, 2003, 118 min:
Em 1989, pouco antes da queda do muro de Berlim, a Sra. Kerner (Katrin Sab) passa mal, entra em coma e fica desacordada durante os dias que marcaram o triunfo do regime capitalista. Quando ela desperta, em meados de 1990, sua cidade, Berlim Oriental, está sensivelmente modificada. Seu filho Alexander (Daniel Brühl), temendo que a excitação causada pelas drásticas mudanças possa lhe prejudicar a saúde, decide esconder-lhe os acontecimentos. Enquanto a Sra. Kerner permanece acamada, Alex não tem muitos problemas, mas quando ela deseja assistir à televisão ele precisa contar com a ajuda de um amigo diretor de vídeos.
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