REINOS BÁRBAROS
Com a
decadência de Roma, as tribos germânicas que viviam além do limites do Império
passaram a cruzar as fronteiras em pequenas expedições de saque e pilhagem. O
exército romano mostrou-se incapaz de perseguir os bárbaros que se esconderam
nas florestas, e passou, então, a contratar chefes de tribos germânicas amigas
para patrulhar as fronteiras contra outros povos bárbaros. Esse acordo
celebrado entre Roma e as tribos bárbaras recebeu o nome de Foedus e daí as
tribos que se associavam aos romanos passavam a ser chamadas de federados (federatti) .
Originários
da Ásia central, os hunos sempre viveram em tribos independentes e em
constantes lutas internas. Unificados por Átila, atravessaram boa parte da Ásia
e da Europa em busca das riquezas do Império Romano. Chegando aos limites de
Roma, provocaram uma debandada geral das tribos germânicas, desorganizando
ainda mais o já combalido império.
As tribos
bárbaras lutaram incessantemente entre si e devastaram todas as terras. A
insegurança fez que a população fugisse das cidades, que eram o alvo preferido
dos invasores, e procurasse abrigo no campo, sob a proteção de um patrício ou
general poderoso, uma vez que este possuía um exército próprio para proteger-se
em sua Villae (o latifúndio romano)
A larga
convivência entre bárbaros e romanos fez que os primeiros assimilassem vários
costumes dos últimos. A maior prova disso foi o fato de que os bárbaros gradativamente substituíram
a tradicional organização tribal por algo que se aproximasse daquilo que viram
funcionar no mundo ocidental romanizado.
A Igreja cristã, cujo poder
era hegemônico em Roma, procurou apoio nos chefes bárbaros como forma de
conseguir alguma proteção para a outrora capital do mundo. Diante do poder militar conquistado
pelos francos frente a outras tribos bárbaras e da conversão ao cristianismo de
seu rei, Clóvis, o bispo de Roma foi pessoalmente à Gália batizar o rei dos
francos (496). A monarquia franca afirmava ser descendente de um herói
mitológico de nome Meroveu, daí, o fato de posteriormente
serem chamados de merovíngios.
Durante o
governo de Clóvis, o reino franco
ampliou suas fronteiras, dominando terras em toda a Gália. Com a morte do
líder, ficou colocado o problema da dupla herança cultural dos francos.
Enquanto a tradição germânica determinava que todos os bens fossem divididos
igualmente entre os herdeiros, a romana entregava toda a herança ao filho mais
velho. Clóvis preferiu seguir a tradição germânica, dividindo, assim, o reino
entre seus quatro filhos. Entretanto, seus sucessores não tiveram a mesma
habilidade e disposição política do pai, e mereceram ficar conhecidos como reis
indolentes.
Paulatinamente,
os soberanos merovíngios foram perdendo o poder para nobres subalternos, que se
aproveitaram da carência de autoridade dos reis para se impor. Esses nobres eram os major domus, também chamados de prefeitos do palácio. Tais
prefeitos passaram a governar efetivamente os reinos francos, exercendo o poder de fato, enquanto os reis detinham o poder
de direito. Pepino de Heristal conseguiu consolidar a unificação dos
reinos francos, entregando-os a seu filho, Carlos
Martel. Este último foi o responsável
pela interrupção da expansão muçulmana na Europa, vencendo os islâmicos na Batalha
de Poitiers (732).
O IMPÉRIO CAROLÍNGIO
Pepino, o
Breve, filho de Carlos Martel, depôs Childerico
III, o último rei merovíngio e, com o apoio do Papa Zacarias, fez-se coroar
novo rei dos francos, dando início a uma nova dinastia.
Pepino confirmou os questionáveis acordos e doações de
Constantino à Igreja. Segundo esses acordos, o título de imperador pertenceria
ao papado. Por essa proximidade com o cristianismo
e por defender a Igreja de um ataque dos lombardos, Pepino recebeu o título de
patrício. Também foi o responsável por conceder uma série de terras na
Península Itálica que formaram o Patrimônio
de São Pedro.
Porém, com
a morte de Pepino, ocorreu uma nova disputa pelo trono e consequente divisão
das terras entre seus filhos, Carlos e Carlomano, e recomeçaram as lutas
internas. Com a morte de Carlomano em 771, Carlos
Magno, como ficaria conhecido, reunificou o reino e, atendendo a um pedido
do Papa, realizou novos ataques aos lombardos que ameaçavam Roma, entregou a
região de Ravena ao Papa e, assim, o Patrimônio de São Pedro estava protegido.
Mais uma vez, confirmou as doações de Constantino e de Pepino, O Breve.
No dia de Natal do ano 800, durante uma missa celebrada
pelo próprio Papa Leão III, Carlos Magno
foi coroado Imperador Romano dos Francos.
Não se pode esquecer de que o Império Bizantino continuava vivo em
Constantinopla e seu imperador, Miguel I, não aceitou a ideia de que um bárbaro
envergasse a púrpura imperial. Para ser reconhecido pelo soberano oriental,
Carlos Magno entregou a ele os domínios da Dalmácia e Ístria.
"Carlos Magno, Imperador dos Francos", Albrecht Dürer, 1512, Germanisches Nationalmuseum, Nürnberg, Alemanha.
Para melhor administrar os
territórios que compunham o reino dos francos, Carlos Magno dividiu-o em ducados
(terras cedidas a um parente do rei, o Duque), condados (governados por
um conde que devia obediência ao rei), marcas (em regiões fronteiriças
governadas pelo marquês), e criou os missi dominici (os olhos e ouvidos
do rei). Estes últimos fiscalizavam todo
o Império Franco e garantiam que os interesses do rei não fossem lesados.
A espada e esporas de Carlos Magno. Museu do Louvre, Paris. Crédito: Elias Feitosa
Tesouro imperial de Carlos Magno, Aachen- Alemanha. Crédito: Elias Feitosa
O sucessor
direto de Carlos Magno foi Luís, o Piedoso, que governou até 841 e apenas
procurou manter aquilo que seu pai havia conquistado. Luís legou o império a
seus três filhos. Lotário, o mais velho, pretendeu ser o único imperador,
valendo-se das tradições romanas que garantiam poder ao primogênito, mas teve
de enfrentar seus dois irmãos, que reivindicavam os costumes germânicos e lhe
impuseram o Tratado de Verdun (ano 843),
que dividia o império em três partes:
·
Carlos, o Calvo, ficou com a Francia Ocidental;
·
Luís, o Germânico, ficou com a Francia Oriental;
·
Lotário ficou com uma faixa de terra entre as
duas partes (a Lotaríngia) e o título de Imperador.
Com a
partilha do Império, a Francia Ocidental
começou um lento processo de fragmentação sob Carlos, o Calvo, e seus
descendentes. Luís, o Gago, e Carlos, o Simples, viram o poder passar
lentamente às mãos dos condes, que já não prestavam homenagem (fidelidade
militar) ao imperador e que, naquele momento, transmitiam a seus filhos o
governo dos feudos. O poder real (ou imperial) submergiu na fragmentação do
feudalismo.
Na Francia Oriental, Luís, o Germânico,
enfrentou forte oposição dos grandes senhores da Saxônia e, em seu leito de
morte, recomendou a seu filho que entregasse a coroa ao poderoso Duque de
Saxônia, Henrique.
Os
descendentes de Henrique governaram a Francia
Oriental dando origem à Dinastia Otônida e ao Sacro Império Romano
Germânico, fundado por Oto I, denominado Sacro Império
Romano Germânico, o I Reich ("Império" na língua alemã) que existiu até 1806, quando fora extinto pela invasão de Napoleão Bonaparte.
O FEUDALISMO
O
feudalismo é classicamente definido como um sistema composto de relações
econômicas e sociais servis, descentralização administrativa e fidelidade
política e militar entre nobres.
Neste sistema de relação homem a homem, um nobre doador de terras (beneficium), que era chamado de Suserano,
comprometia-se a dar proteção a um outro nobre, o recebedor de terras, sendo considerado Vassalo do primeiro. Este último, em troca das terras
recebidas, comprometia-se a prestar uma série de serviços ao seu suserano, a
maior parte deles de caráter militar. Sem dúvida, o mais importante deles era o
juramento de fidelidade absoluta e
indissolúvel quando houvesse a necessidade de formar um exército.
O feudalismo era um sistema complexo, por
vezes conflitante. Formou-se na Europa Ocidental entre os séculos VIII e XI da
Era Cristã, como resultado da
ruralização e da insegurança provocadas pelas invasões: os normandos (vindos do norte), os muçulmanos (vindos do
sul), os húngaros e eslavos (vindos do leste) e pela já existe fusão de costumes romanos e bárbaros
(germânicos) desde o século V. A ruralização
e a insegurança provocadas por essas invasões terminaram por afastar as
comunidades dos centros urbanos, dando origem aos feudos.
A contribuição romana se deu pela prática
do trabalho servil. A servidão
originou-se do colonato, exercício de
trabalho que se espalhou pela zona rural romana em virtude da crise
do escravismo e do encarecimento decorrente da escassez
da oferta de escravos. Por outro lado, com a insegurança e as crises
sucessivas, muitos romanos poderosos passaram a se refugiar em suas villaes, protegidos por uma guarda
pessoal. Plebeus fugidos das cidades ofereciam-se como colonos,
na busca da proteção, abrindo mão de sua liberdade em
troca da permissão para produzir e viver nas terras daquele senhor.
Finalmente, acabavam se transformando em servos da gleba, e é esse processo que
aponta no sentido da ruralização da Europa.
Já os
bandos guerreiros germânicos
introduziram o costume do Comitatus, que era uma relação de
amizade e troca de presentes entre um chefe tribal e seus homens de confiança.
O maior símbolo dessa relação era a homenagem, na qual os homens juravam
fidelidade absoluta ao seu superior.
Uma vez que
o suserano era, por definição, aquele que doava terras, evidentemente todo
vassalo que doava uma porção de terra tornava-se também suserano. Quanto ao
rei, ele era considerado o suserano de todos os suseranos, com o direito de
gozar seus privilégios em todos os feudos se assim desejasse. A fragmentação do
poder político e a ruralização
propiciaram um processo de organização de várias alianças entre os senhores
feudais, criando uma teia de vínculos
de dependência, que unia os senhores
mais poderosos e seus vassalos e dessa forma , o poder local era muito mais
forte que o poder central, já que o rei detinha o poder de direito, mas os senhores feudais detinham o poder de fato.
Nas palavras do historiador Francês Marc Bloch, em seu livro, Sociedade Feudal(1939):
"Eis dois homens frente a frente: um que quer servir; o outro, que aceita ou deseja ser chefe. O primeiro une as mãos e assim juntas coloca-as nas mãos do segundo [...] ao mesmo tempo a personagem que oferece as mãos pronuncia algumas palavras, muito breves, pelas quais se reconhece o homem de quem está na sua frente. Depois, chefe e subordinado beijam-se na boca: símbolo de acordo e de amizade. Eram estes os gestos que serviam para estabelecer um dos vínculos mais fortes que a época feudal conheceu."
Nas palavras do historiador Francês Marc Bloch, em seu livro, Sociedade Feudal(1939):
"Eis dois homens frente a frente: um que quer servir; o outro, que aceita ou deseja ser chefe. O primeiro une as mãos e assim juntas coloca-as nas mãos do segundo [...] ao mesmo tempo a personagem que oferece as mãos pronuncia algumas palavras, muito breves, pelas quais se reconhece o homem de quem está na sua frente. Depois, chefe e subordinado beijam-se na boca: símbolo de acordo e de amizade. Eram estes os gestos que serviam para estabelecer um dos vínculos mais fortes que a época feudal conheceu."
O rei Eduardo III da Inglaterra presta homenagem ao rei Felipe IV da França, c. 1329, Iluminura de Jacques Froissart, Grandes Chroniques de France Bibliothèque Nationale de France, Paris.
Outro
elemento que ajuda a visualizar a autonomia dos feudos é o fato de que as leis
escritas da época romana foram, aos poucos, sendo obrigadas a conviver com a
tradição oral dos germânicos (direito
consuetudinário), isso quando a tradição e os costumes não substituíram
completamente o direito escrito.
Essa
estrutura nobiliárquica feudal, entretanto, não levou em conta o aumento da
população, bem como o número finito de divisões que uma propriedade suportaria, levando em conta a
sua capacidade de produção. Dessa forma, a fome era uma dura realidade em
grande parte dos feudos e quando havia algum excedente, os senhores procuravam
trocar ou comercializar com outros territórios.Os senhores feudais, impossibilitados de dividir suas terras entre
seus filhos, passaram a transmitir todos os seus bens ao filho mais velho,
dando aos mais novos tão somente as
armas para que pudessem exercer a função
de cavaleiro. Os demais filhos
saíam, então, à procura de guerras que lhes garantiriam um feudo ou mesmo um
lugar na corte de um nobre qualquer.
A cavalaria
desenvolveu um código de ética profundamente rígido, no qual eram intocáveis
princípios como a honra, a lealdade e o da defesa incondicional do
cristianismo. Como cavaleiros andantes, esses nobres vagavam por toda a Europa,
oferecendo seus serviços a todos os reis, condes, duques e marqueses envolvidos
em disputas locais. Tais disputas tornaram-se tão frequentes e sangrentas que a
Igreja foi obrigada a impor a Trégua de Deus, limitando os dias da semana em
que poderia haver combates.
Iluminura, c. séc. XV, "Investidura de Lancelot", BNF, Paris.
A sociedade feudal era estamental,
ou seja, não havia mobilidade social,
salvo em situações muito particulares. De maneira geral, pode-se dizer que as
camadas sociais resumiam-se da seguinte forma: clero, nobreza e servos.
Sustentando
praticamente todos os demais segmentos sociais, estavam os servos, famílias
inteiras de pequenos agricultores que pagavam uma infinidade de contribuições
para que o nobre lhes permitisse continuar no feudo.
Não se deve
esquecer de que a moeda raramente era utilizada na Idade Média e, portanto,
essas obrigações eram pagas com gêneros alimentícios ou trabalhos no castelo do
senhor feudal(observe a iluminura no alto da página, na qual aparecem os camponeses fazendo a colheita nos arredores de Paris). Entre as obrigações servis, pode-se destacar:
Corveia : trabalho compulsório nas
terras do senhor. Além desse, havia os dias trabalhados na terra
do senhor de forma gratuita;
Capitação: taxa paga pelo servo que correspondia a cada membro da família;
do senhor de forma gratuita;
Capitação: taxa paga pelo servo que correspondia a cada membro da família;
Talha: pagamento de parte da produção do servo e do vilão aos nobres;
Banalidades: pagamento de presentes
obrigatórios ao senhor e taxas diversas pelo uso das instalações
do senhor;
do senhor;
Formariage: pagamento ao senhor pela permissão de casar, em alguns
lugares envolvia a entrega da noiva para passar as núpcias com o senhor;
Mão morta: para entrar em posse de
heranças, ou ainda para permanecer no feudo em caso de morte
do chefe da família;
do chefe da família;
Tostão de Pedro: pago à Igreja.
A economia feudal baseava-se na agricultura, sempre voltada para a subsistência. Na maioria dos casos, não
havia produção de excedente e o comércio de longa distância praticamente
desapareceu, existindo, porém, um sistema de trocas comerciais diretamente com
os próprios produtos, quanto às técnicas de cultivo e produção, estas
permaneceram inalteradas, com processos extremamente rudimentares.
Apenas na
virada do primeiro milênio algumas modificações significativas foram
introduzidas. Uma delas foi a substituição do rodízio de cultivo bienal (a cada
dois anos) pelo plantio trienal (a cada três anos), com a adoção do campo de
pousio, permitindo o descanso da área cultivável, além
do uso do arado de metal e do estribo e a mudança dos arreios na
montaria, instrumentos que favoreceram uma melhor aragem do solo, bem como uma
melhor condição para o desempenho da tração pelo animal, pois com os arreios
ajustados no dorso, a divisão de peso era mais eficiente, favorecendo uma
melhor utilização do animal durante o trabalho.
A maioria
dos feudos europeus era semelhante no que se refere aos aspectos físicos. Havia
um castelo, residência do nobre e seus familiares – geralmente, a única casa de
pedra de grandes proporções em todo o feudo. Com o aumento da ameaça de
invasões, o século XI produziu os primeiros castelos medievais fortificados,
construídos integralmente de pedra.
Próxima ao
castelo, estava a igreja, estabelecendo a presença do poder papal no feudo. Os
padres eram filhos de servos que foram entregues à Igreja para seguir a vida
religiosa, comumente, tinham uma precária formação
religiosa e intelectual.
Um pouco mais adiante, estava a aldeia, onde havia as
cabanas das famílias de servos, bem como o forno e o moinho, pertencentes ao
senhor, mas que poderiam ser utilizados desde que uma taxa especial fosse paga
(banalidade).
Não muito
distante estava a área cultivável, chamada de
domínios. Os servos deveriam
trabalhar no manso senhorial como pagamento da corveia e, ainda, deveriam
trabalhar no manso servil e entregar parte da produção, respeitando a taxa da
talha. O manso servil era fracionado em lotes menores, chamados tenências, cada uma cuidada por uma
família.Como os nobres poderiam possuir vários feudos, a administração só era
possível com a presença local de um ministerial,
vilão funcionário do senhor feudal e responsável por tudo, até a passagem
deste. Ao contrário do que podemos imaginar, tal função não atraía o interesse
dos moradores do feudo.
A Igreja Cristã sempre foi muito poderosa
durante a predominância do feudalismo na Europa. O cristianismo era professado
por todos os feudos. Mas é importante frisar que a reprodução desta religião
misturava-se a uma infinidade de antigos costumes bárbaros.
A religião era
utilizada como mecanismo de harmonização
entre o poder dos nobres e a submissão
forçada dos servos. Estes últimos deveriam acreditar que Deus teria
estabelecido a função de cada um nessa vida e que não haveria mais diferenças
sociais quando chegassem ao Paraíso. Por outro lado, os nobres acolhiam os
servos em seus domínios partindo da ideia de que realizavam um ato divino: “uns rezam, outros lutam e os demais trabalham”.
Catedral da Sé Patriarcal de Lisboa c. 1147.
Crédito: Elias Feitosa
A Igreja era a detentora do monopólio do saber, tornando-se a guardiã do conhecimento no intuito de
preservar seus interesses e garantir sua posição como incontestável. Dessa
forma, incentivou a produção cultural que favorecesse seus objetivos,
principalmente a reafirmação de seus dogmas e a supremacia do papado.
A produção intelectual foi marcada inicialmente pela influência de Santo Agostinho (395-430), defensor da predestinação e das idéias de Platão, tendo originado o neoplatonismo (a fusão de valores cristãos com a doutrina platônica).
A arquitetura entre os séculos IX e XII , denominada posteriormente ,de românica representou o retrato daquele período, ou seja, de uma Europa rural, fechada e buscando proteção, pois as abadias, igrejas e mosteiros eram construídos como a "Fortaleza de Deus", tal qual a Sé de Lisboa, vista na imagem acima: paredes espessas, janelas pequenas, ambiente escuro, seguindo os padrões de construção das antigas basílicas romanas, com a presença de arcos e colunas de inspiração greco-romana.
Um dos
principais centros de cultura durante a Alta Idade Média foram os mosteiros e
abadias, como os mosteiros de Cluny e Císter, ambos localizados na França, os
quais influenciaram muitos outros
.Nestes locais realizavam-se estudos sobre
a Bíblia, copia de textos em pergaminhos e livros como também sua decoração com
iluminuras. Outro importante trabalho dos monges eram as traduções de textos
dos pensadores da Antiguidade, como Aristóteles, Platão, Sócrates, entre
outros.
Castelo junto ao antigo mosteiro de Cluny, séc. XV, hoje Museu Medieval de Paris.
Crédito: Elias Feitosa
Professor, excelente trabalho! Gratidão!
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