Desde o final do século XIX, a
classe operária organizada já era uma realidade na maioria dos países e,
durante as décadas de 1920 e 1930, com as notícias de crescimento econômico que
chegavam da União Soviética, era grande o temor do empresariado em relação à
possibilidade de que movimentos simpáticos ao bolchevismo pudessem despontar.
Nesse sentido, houve o pronto interesse dos empresários em abrir mão do
liberalismo e apostar em governos interventores, chefiados por líderes
carismáticos que ganhassem a simpatia dos trabalhadores e garantissem a
manutenção dos status quo. Foi nesse
ambiente que se deu a ascensão de Vargas.
Porém,
mesmo com todo esse apoio das elites, é inegável a importância do poder pessoal
como uma arma política nessa época: o personalismo.
O governo quase deixava de ser uma
instituição, passando a atuar como mero instrumento de poder de um homem que se
impôs ao cenário político, construindo suas próprias regras e ao mesmo tempo,
modificando-as de acordo com seus interesses.
A "Revolução" de 1930: a oligarquia descontente depondo a oligarquia que se via "onipotente"
GOVERNO PROVISÓRIO (1930-1934)
O presidente Washington Luís deposto e detido sendo retirado do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro em 24 de outubro de 1930, na companhia do Cardeal Arcebispo do Rio, Sebastião Leme.
A Junta
Pacificadora Governativa, que assumira o governo em lugar do deposto Washington
Luís em 24 de outubro, dissolveu a Câmara Federal, o Senado, as Assembleias Legislativas
Estaduais e as Câmaras Municipais. Para governar estados e municípios foram
nomeados interventores que, em sua
maioria, nada mais eram do que velhos políticos aliados dos revolucionários
golpistas ou tenentes.
Em novembro de 1930, a Junta Governativa foi dissolvida,
formando-se um governo provisório,
chefiado por Vargas. O novo governo criou ainda dois novos ministérios: o do
Trabalho, Indústria e Comercio, chefiado por Lindolfo Collor (Avô de do presidente Fernando Collor de Melo), e o da Educação e Saúde, tendo
à frente Francisco Campos.
Durante os
sete anos iniciais de governo, Getúlio empenhou-se em desmontar a estrutura
política da Primeira República. Organizou um governo centralizador, em oposição
à descentralização que caracterizou a fase oligárquica. Mas o mundo ainda vivia
os reflexos da crise provocada pela
quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, forçando o novo governo a tomar uma
medida já conhecida, isto é, destruir o
excedente de café, último recurso para evitar quedas ainda maiores de
preço.
Tão logo a Revolução assentava-se, três forças políticas
alinhavam-se e, ao mesmo tempo, digladiavam-se: de um lado, estavam as
oligarquias que haviam perdido o poder; de outro, os tenentes, que já davam
sinais de simpatizarem com o fascismo e defendiam a maior centralização
possível. Havia ainda o centro, onde estavam militares legalistas. Vargas,
habilmente, equilibrava-se sobre essas tendências, mas não apresentava
definições claras em favor de nenhuma delas. Destacou-se nessa época o tenente Juarez Távora, que teve
sob sua responsabilidade o controle de 12 Estados, do Espírito Santo ao
Norte-Nordeste, o que lhe rendeu o apelido de "Vice-rei do Norte".
As eleições
honestas, tão propaladas pelos defensores da revolução, foram adiadas
sucessivamente, bem como a organização de uma nova Constituição, o que acabou
provocando um mal-estar político generalizado e que terminou se materializando
na revolta dos cafeicultores paulistas, os chamados "carcomidos".
A Revolução Constitucionalista de 1932
Com a revolução de 1930, o Estado de São Paulo perdia a
hegemonia nacional, construída desde o fim da República da Espada, ainda no
final do século XIX. Os paulistas dominaram a política do País tendo os
mineiros como aliados, mas o rompimento ocorrido pouco antes das eleições de 1930 e a revolução de outubro
isolaram os cafeicultores. O Estado era governado pelo interventor e tenente
João Alberto, o que mobilizou os dois principais partidos de São Paulo, o
Partido Democrático e o Partido Republicano Paulista, a exigir um “interventor
civil e paulista”, além do imediato retorno do País ao Estado de Direito coma
adoção de uma Constituição.. A primeira exigência foi atendida e, em março de
1932, foi nomeado como interventor o civil Pedro de Toledo.
Apesar das
reformas estabelecidas por Getúlio, como a elaboração de um anteprojeto
constitucional e a possibilidade de extensão de voto às mulheres, os ânimos não
se esfriaram e os paulistas davam sinais de que continuariam protestando. Em
outros Estados, também havia insatisfeitos como o governo, mas os paulistas
avaliaram mal uma possível adesão das outras unidades da federação ao movimento
contra Getúlio.
Em 23 de
maio de 1932, uma grande manifestação na Praça da República, na capital
paulista, opôs estudantes e a Força Pública e, em meio ao confronto, quatro
jovens foram fuzilados. Seus nomes, Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, deram
origem à sigla MMDC, que se tornou lema e símbolo dos constitucionalistas.
Os
revolucionários deram início à revolta em 9 de julho, esperando que outros
Estados, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, aderissem
imediatamente. O movimento, marcadamente burguês e revanchista, não recebeu
apoio popular em alistamentos, tendo sua "popularidade" marcada
apenas em passeatas e arrecadação de dinheiro para financiar os combatentes,
além das mensagens de incentivos dos meios de comunicação.
Dessa
forma, a burguesia paulista marchou sozinha contra Vargas na Revolução
Constitucionalista de 1932, sendo derrotada após três meses de lutas. Mesmo assim,
Getúlio decidiu abraçar um dos pontos da plataforma dos rebeldes e convocou uma
Assembleia Nacional Constituinte. Tal medida também tinha o objetivo de
esvaziar o discurso que caracterizava o governo como ditatorial.
GOVERNO CONSTITUCIONAL (1934-1937)
Em 3 de
maio de 1933, foram realizadas as eleições que escolheram os membros da
Assembleia Constituinte, que, entre o mês de novembro daquele ano e julho do
ano seguinte, elaborou a Constituição mais marcante até aquela fase da história
republicana brasileira.
A Constituição de
1934 representava todo o debate ideológico da época, reunindo, ao mesmo
tempo, características socialistas, populistas e fascistas. Dentre seus itens
principais, pode-se destacar:
-
introdução do voto universal e secreto (para os alfabetizados);
-
direito de voto às mulheres;
-
criação do mandado de segurança;
-
estabelecimento de uma legislação trabalhista;
-
extinção do cargo de vice-presidente;
-
representação classista entre os deputados.
Getúlio Vargas foi eleito
presidente da República pela Assembleia Constituinte para um mandato de quatro
anos, enquanto os demais presidentes seriam eleitos por voto direto. Apesar de
sua importância histórica, a Constituição aprovada em 1934 foi a que menos
tempo durou em nossa história. Enquanto o Brasil saudava sua nova Carta Magna,
uma guerra surda se desenrolava no País.
Por
influência da polarização ideológica europeia, desenvolveu-se no Brasil uma
disputa entre grupos políticos simpatizantes do nazi-fascismo e partidos
adeptos dos princípios socialistas. Dessa forma, foram criadas no País duas
organizações antagônicas. Uma delas era a Ação Integralista Brasileira ou AIB. Liderada por Plínio Salgado, que se
considerava o "Führer" brasileiro, pretendia a implantação do
fascismo no Brasil, com um partido e líder únicos. Conhecidos como
"camisas verdes", devido ao uniforme que usavam, tinham a letra grega
sigma como símbolo, saudando-se uns aos outros através da expressão indígena anauê. Seu lema era "Deus, Pátria e
Família" e congregava elementos do Exército e da Igreja Católica. No
início, os “camisas verdes” foram encarados com desdém pelos setores
intelectualizados da sociedade e pelo empresariado. Mas este último, ao verificar o crescimento
da simpatia ao socialismo, decidiu-se pela aproximação com os integralistas.
À esquerda
estava a Aliança Nacional Libertadora ou ANL. Fundada em 1934, reunia
elementos liberais, líderes sindicais operários e socialistas, sob a liderança
de Luís
Carlos Prestes, o ex-tenente Cavaleiro
da Esperança, já totalmente convertido ao bolchevismo soviético e que fora
o parlamentar mais votado do País nas eleições de 1933. Era mais uma frente
ampla anti-fascista do que um partido, já que reunia desde socialistas e
burgueses até democratas moderados.
No programa
da ANL, constava a suspensão do pagamento da dívida externa, a nacionalização
de empresas estrangeiras, a realização de reforma agrária e a instalação de um
governo popular. Não é exagero afirmar que o partido tinha uma forte tendência
conspiratória e, em poucos meses, contava com milhares de adeptos em todo o
País.
Em 1935,
assustado com o crescimento do partido, o governo fechou a ANL e cassou seus
deputados, fornecendo o pretexto para que Luís Carlos Prestes, à frente do
Partido Comunista do Brasil, iniciasse uma revolução para tentar tomar o poder.
A chamada Intentona Comunista iniciou-se em Natal e, posteriormente,
atingiu Recife e Rio de Janeiro, sendo violentamente reprimida pelas tropas
legalistas do General Eurico Gaspar Dutra. A revolta liderada por Luís Carlos
Prestes fracassou e o comandante do PCB foi preso, bem como centenas de membros
da ANL e outras pessoas consideradas inimigas do regime. O caso mais notório
ocorreu com a própria esposa de Prestes, a judia alemã Olga Benario, que foi
enviada para a Alemanha e morreu em um campo de concentração nazista em 1942.
Ao longo do
ano de 1936, o medo do comunismo crescia incentivado pelo governo que
considerava o Brasil insuficientemente seguro diante de novas conspirações. As
garantias constitucionais estavam suspensas e o clima para as eleições, que só
ocorreriam em 1938, já era tenso.
Quando teve
início a campanha para a sucessão presidencial, a oligarquia paulista lançou o
candidato Armando de Salles Oliveira, enquanto Getúlio, em tese, apoiava José
Américo de Almeida; falsamente porque Vargas tinha outros planos.
No dia 30
de setembro de 1937, explodia nos jornais brasileiros a notícia de uma nova
tentativa de golpe dos comunistas, como se dizia na época "muito pior que
o anterior", sendo que a nova tentativa teria sido planejada na Rússia por
um comunista de nome Cohen. O “plano” previa assassinatos de líderes políticos
importantes, o fim da propriedade privada e a imposição do ateísmo. O documento
teria sido “descoberto” pelo General Olímpio Mourão Filho, membro do Partido Integralista, que o entregara ao
chefe do Estado Maior do Exército, o general Gois Monteiro, responsável pela
divulgação alarmista na imprensa.
Diante da
“ameaça vermelha”, o Congresso concedeu ao governo o Estado de Guerra, criando-se
condições para um golpe de Estado.Em novembro de 1937 o candidato Armando de
Sales Oliveira apelou pela manutenção da legalidade, mas foi inútil. O golpe já
estava consumado e Francisco Campos, futuro ministro da justiça, já fora
encarregado de redigir a nova Constituição.
ESTADO NOVO (1937-1945)
O Plano Cohen, como ficou conhecido o
plano comunista apócrifo, revelou-se uma farsa armada pelo próprio Capitão
Olímpio Mourão Filho. Diante do pânico da população e tendo à sua disposição o
Estado de Sítio, o governo fechou o Congresso e colocou o Exército nas ruas.
Com a situação sob controle, a Constituição vigente foi substituída por outra,
elaborada por Francisco Campos, mas inspirada na Constituição da Polônia. A
carta foi outorgada por Getúlio Vargas e, assim, começava o Estado Novo, fase ditatorial da Era
Vargas.
A Constituição de 1937, apelidada como "Polaca", era um apanhado de fórmulas
fascistas importadas da Polônia, Itália e Portugal. A parte referente à
legislação trabalhista não passava de uma cópia da Carta del Lavoro da Itália fascista e foi incluída no texto
constitucional. As greves foram proibidas, os sindicatos passaram a estar
atrelados ao Estado e seus líderes eram, na verdade, pessoas dispostas a fazer
propaganda do regime e do ditador, dando origem a uma caracterização de muitas
organizações sindicais brasileiras nos anos futuros, isto é, o peleguismo.
O
presidente Vargas passou a governar e legislar através de decretos-leis, uma vez que o Legislativo, então, era composto pelo
presidente e por parlamentares eleitos indiretamente. Instituiu-se ainda o
Estado de Emergência, que permitia ao presidente, a “autoridade suprema do
Estado”, suspender direitos individuais, prender, exilar e invadir domicílios.
Restaurou-se a pena de morte, abolida ainda no final do Segundo Reinado, e o
mandato presidencial foi estendido para seis anos.
Dentre as
principais criações do Estado Novo que possibilitaram ao governo controlar a
população e perseguir opositores, destacam-se:
DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda - Era
encarregado de realizar o controle ideológico e censurar os meios de
comunicação (imprensa, rádio, cinema). Além disso, trabalhava na propaganda
pessoal do presidente, fazendo uma imagem sempre positiva de Vargas. Para isso,
eram escritas nos jornais matérias favoráveis ao governo, foram espalhados
cartazes, produzidas cartilhas e até foi criado um horário no qual todas as
rádios eram obrigadas a retransmitir um programa produzido pelo próprio
governo. Assim nasceu a Hora do Brasil.
Em pouco tempo, Vargas já era conhecido como o “pai dos pobres”.
DASP - Departamento Administrativo do Serviço
Público - Criado em 1938 com a finalidade de dar ao Estado um aparato
burocrático racionalizador da administração pública. Resumindo, estava
encarregado de modernizar a burocracia. Também deveria fiscalizar os
interventores nos Estados.
DEOPS - Departamento de Ordem Política e Social- Oriundo de 1928, ainda na República velha, sua função era perseguir os opositores
do regime, especializando-se em práticas violentas, como sequestros, torturas,
assassinatos e deportações, sendo chefiada por Filinto Müller.
Outras
medidas foram a criação do Instituto do Açúcar e do Álcool e a substituição do “mil réis” por uma nova moeda: o Cruzeiro. O Brasil
passou a ser um Estado unitário, ficando proibidos os símbolos e as bandeiras
dos Estados. Foram proibidos também todos os partidos políticos, reuniões,
agremiações símbolos etc.
Os
integralistas, apesar de terem colaborado para o sucesso do golpe, também foram
atingidos por essas medidas e, sentindo-se traídos, rebelaram-se e tentaram
tomar o poder em 1938. Chegaram a invadir o Palácio do Catete (sede do
governo), mas foram cercados e acabaram massacrados no episódio que ganhou o
nome de Putsch
Integralista. Com os integralistas batidos pelas tropas do governo,
Plínio Salgado foi obrigado a exilar-se em Portugal.
O ufanismo nacionalista provocou, de certa forma, a
concentração do desenvolvimento no eixo Sul/ Sudeste. Com o advento da
Segunda Guerra Mundial, a indústria brasileira sofreu um pequeno crescimento
devido à substituição das importações. Porém, a guerra pressionou o governo
Vargas a tomar uma posição. Afinal, o regime era muito próximo do fascismo
europeu, mas o Brasil sempre pertencera à área de influência dos Estados
Unidos. Com a eclosão da conflito, Getúlio declarou neutralidade em relação ao
embate, mas tal posição era vista pelos norte-americanos como um apoio
envergonhado ao regime fascista.
O Brasil na II Guerra Mundial
Roosevelt em visita ao Brasil
A posição
brasileira só foi definida em 1941, quando bancos norte-americanos
dispuseram-se a financiar a construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)
e da Companhia Vale do Rio Doce, possibilitando ao País produzir aço em grande
escala. Após esse empréstimo, o rompimento com o Eixo tornou-se inevitável. A entrada do Brasil na guerra e o envio de soldados foram
provocados pelo afundamento de navios brasileiros, que teriam sido, segundo
fontes oficiais, 36 embarcações foram atacadas por submarinos alemães e
italianos no litoral nordestino, fato que causou grande tensão e comoção na
opinião pública, pois o saldo de mortos chegou a 1080 mortos, entre tripulantes
e passageiros. Dessa forma, a população apoiou a ida de soldados para a Europa.
Nesse momento, Vargas autorizou o
estabelecimento de uma base militar dos EUA em Natal para servir de apoio
logístico para a patrulha e defesa do Oceano Atlântico contra as forças do
Eixo.
Somente em 1944, o País enviou uma Força Expedicionária,
formada por cerca de 25 mil soldados, comandados pelo general Mascarenhas de
Morais. Na Itália, a FEB foi incorporada ao 5º Exército dos EUA, que, sob o
comando do general Clark, obteve várias vitórias, destacando-se as de Monte
Castelo, Montese e Castelnuovo.
Mesmo
lutando ao lado dos vencedores, o governo de Vargas entrou em crise devido à
destruição dos regimes ditatoriais europeus pelas forças aliadas, que incluíam
o exército brasileiro. Mas é bom ressaltar que, desde o rompimento com o Eixo,
ocorrido em 1942, já se questionava se era possível a manutenção de um regime
ditatorial que apoiava a guerra contra as ditaduras.
Esse
ambiente permitiu a formação de agremiações partidárias. Os três principais
partidos surgidos nessa época seriam os principais protagonistas da política
nacional até meados da década de 1960.
Partidos Políticos
O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) mobilizava a burocracia
sindical ligada ao trabalhismo e tentava ser o representante do operariado
urbano. Através de uma ideologia populista, mantinha e reforçava a tradição
inaugurada por Vargas. O Partido Social
Democrático (PSD) era integrado
pelas oligarquias rurais, por industriais e banqueiros ligados ao poder
central, ou seja, tal partido também era ligado a Vargas. A União Democrática Nacional (UDN) reunia os antigetulistas e
contava com a adesão das classes médias urbanas. Era um típico partido liberal,
favorável à redução do papel do Estado e ao fim do protecionismo.
Devido a
esses fatores, em 1945, Getúlio Vargas decidiu liberalizar o regime, chegando
até a anistiar vários presos políticos. Isso abriu espaço para o nascimento de
um movimento que defendia o retorno à democracia sob a chefia de Getúlio. O queremismo
era composto por sindicalistas e até comunistas, estes sob a orientação externa
da União Soviética, pois era importante a aproximação
dos partidos comunistas com as forças que combateram o Eixo e no caso de Luís
Carlos Prestes, ainda existia o doloroso episódio da deportação de Olga, a
esposa de Prestes, a mando de Getúlio. Mas nesse caso, a disciplina
revolucionária se impôs aos assuntos particulares, fazendo com que Prestes
apoiasse Getúlio, desde que este restaurasse a democracia constitucional.
O "queremismo" em ação!
Foram
marcadas eleições presidenciais para aquele ano, mas desentendimentos entre
Getúlio e setores militares fizeram que estes se aproximassem da UDN, que era
claramente a favor da saída de Vargas.
Um grande
comício pró-Getúlio havia sido organizado, mas o chefe da polícia do Distrito
Federal o proibiu. Irritado, Vargas substituiu-o por seu irmão, Benjamim
Vargas, mas tal ato não foi aprovado pelo general Gois Monteiro, que depôs
Getúlio e entregou o governo ao poder Judiciário. Era o fim do Estado Novo, mas
não era o fim do “pai dos pobres”, que saiu do palco para atuar nos bastidores.
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