quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Feliz 2015 !!!

Como abertura deste novo ano, deixo um poema. A autoria é controversa, a qual é reivindicada pelo escritor brasileiro Sérgio Jockymann, publicada em 1978 no Jornal "Folha da Tarde", em Porto Alegre,  e que muitas vezes, o texto já foi atribuído ao famoso francês Victor Hugo. 

Procurei, rapidamente pelo original francês, mas não o encontrei.
Então, pode ser que tenha ocorrido alguma confusão ao vincular este texto à produção de Hugo.

A dúvida persiste. Apesar da "controvérsia", as palavras são significativas e apropriadas para as esperanças que nos cercam neste momento de recomeço.

Boa leitura e um excelente Ano Novo para todos!

Victor Hugo (1802-1885)

Sérgio Jochyman (1930-)


"Desejo, primeiro, que você ame,e que, amando, também seja amado. E que se não for, seja breve em esquecer e esquecendo não guarde mágoa. Desejo, pois, que não seja assim, mas se for, saiba ser sem desesperar. 

Desejo também que você tenha amigos que, mesmo maus e inconsequentes,sejam corajosos e fiéis, e que pelo menos em um deles você possa confiar sem duvidar. 

E porque a vida é assim,desejo ainda que você tenha inimigos,nem muitos, nem poucos,mas na medida exata para que, algumas vezes, você se interpele a respeito de suas próprias certezas.

E que, entre eles, haja pelo menos um que seja justo, para que você não se sinta demasiado seguro. Desejo, depois, que você seja útil,mas não insubstituível.

E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé. 

Desejo ainda que você seja tolerante,não com os que erram pouco, porque isso é fácil ,mas com os que erram muito e irremediavelmente,e que fazendo bom uso dessa tolerância, você sirva de exemplo aos outros. 

Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais,e que, sendo maduro, não insista em rejuvenescer,e que, sendo velho, não se dedique ao desespero. Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que eles escorram por entre nós. 

Desejo por sinal que você seja triste. Não o ano todo, mas apenas um dia. Mas que nesse dia descubra que o riso diário é bom, o riso habitual é insosso e o riso constante é insano. 

Desejo que você descubra, com a máxima urgência, acima e a despeito de tudo, que existem oprimidos, injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta. 

Desejo ainda que você afague um gato,alimente um cuco e ouça o joão-de-barro erguer triunfante o seu canto matinal, porque, assim, você se sentirá bem por nada. Desejo também que você plante uma semente, por mais minúscula que seja, e acompanhe o seu crescimento, para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro, porque é preciso ser prático. E que pelo menos uma vez por ano coloque um pouco dele na sua frente e diga "isso é meu", só para que fique bem claro quem é o dono de quem. Desejo também que nenhum de seus afetos morra, por ele e por você,mas que se morrer, você possa chorar sem se lamentar, sofrer e sem se culpar. 

Desejo por fim que você, sendo um homem, tenha uma boa mulher, e que, sendo uma mulher, tenha um bom homem e que se amem hoje, amanhã e no dia seguinte, e quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda haja amor para recomeçar. E se tudo isso acontecer, não tenho mais a te desejar.”

Um comentário: