O Período
Paleolítico: Idade da Pedra Lascada
O Paleolítico vai de
500.000 a.C. a 10.000 a.C., sendo que as primeiras
atividades humanas eram relacionadas com a caça e coleta, em virtude da vida
nômade e precária dos primeiros seres humanos. Inicialmente, não dispunham de
utensílios e artefatos que lhes garantissem grande eficiência em suas
atividades, sendo obrigados a consumir alguns vegetais (raízes e frutos) e
carne de carcaças de animais abatidos por outros carnívoros.
Mas, ao longo do
Paleolítico, o homem começou a desenvolver os primeiros artefatos de
caça à base de pedra, ossos e madeira. Outro fator relevante foi o
desenvolvimento da massa cerebral dentro do processo de evolução biológica,
permitindo maior adaptação às intempéries e também o desenvolvimento do andar
ereto. Este homem foi denominado Homem de Neanderthal (região oeste da Alemanha, junto ao vale do rio Reno, onde foram encontrados seus vestígios).
Até 2010,
os paleontólogos, biólogos, antropólogos tem discutido e publicado muitos
trabalhos que falam da possibilidade do Homo
sapiens ser descendente do homem de Neanderthal. Estudos de uma equipe de pesquisadores suecos concluiu após o mapeamento do genoma do homem de Neanderthal e o comparou com o genoma do Homo sapiens , identificando o parentesco entre ambos, num encontro que deve ter ocorrido no intervalo de 80.000 e 50.000 a.C., na região do Oriente Médio.
No
período entre 40.000 e 10.000 a.C., o homem alcançou um desenvolvimento mais
amplo, dotado de manifestações culturais mais complexas e uma grande habilidade
de criar artefatos em sílex. Posteriormente, este homem foi denominado Homem de
Cro-Magnon (região sudoeste da França onde foram encontrados seus vestígios), o qual
pode ser considerado pertencente à nossa espécie Homo sapiens sapiens. Somos o "Homem sábio, muito sábio" em nossa gigantesca modéstia classificatória...
Como o homem chegou ao continente americano? O processo de ocupação do continente americano pelo homem ocorreu por fluxos migratórios de origens e datações variadas. De acordo com as provas encontradas (pinturas rupestres, restos de excrementos e fogueiras, objetos e ossos), considera-se que os mais antigos exemplares de nossa espécie tenham chegado ao continente americano entre 40 000 e 20.000 a. C.
Uma das hipóteses é o fluxo migratório oriundo da Ásia pela travessia do atual estreito de Bering, que estaria congelado e, assim, unia os dois continentes, bem como outros efeitos da glaciação como a redução do nível dos mares em 140 metros abaixo do atual.
Fonte: Folha.com 07/05/2010
Há também uma hipótese que propõe um fluxo migratório cujo
ponto de partida estaria no sudeste asiático e daí teria ocupado áreas na
Oceania, depois as ilhas no Oceano Pacífico e, por fim, chegado à América.
Os ancestrais da atual população indígena do Brasil têm o
formato do crânio e a face muito semelhante ao dos asiáticos (mongóis, chineses
e japoneses), enquanto o crânio da “Luzia”, nosso exemplar mais antigo,
encontrado na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais, datado entre 11 500 e 11
000 a.C., se aproxima muito mais dos australianos e africanos atuais.
A nossa Luzia
O
Período Neolítico: A Idade da Pedra Polida
Este
período é marcado pelo fim da última era glacial, em que ocorreram
transformações climáticas que se aproximam das características atuais. O
aumento das temperaturas favoreceu o crescimento das florestas em regiões
temperadas na Europa central; o norte da África ficou ressequido e o Saara
transformou-se num deserto. Dessa forma, os primeiros contingentes humanos
começaram a se fixar nas margens dos rios, desenvolvendo a agricultura e a
criação de animais em pastoreio. A partir deste período, o homem deixa a vida
nômade e adota a sedentária.
A
fixação das populações às margens dos rios propiciou o surgimento das primeiras
“civilizações” no Oriente Próximo (Nilo, Tigre, Eufrates, Jordão), no Extremo
Oriente (Ganges, Indo, Amarelo, Azul) e nas Américas. Esse processo foi
denominado "Revolução Agrícola".
Observa-se aqui uma distinção: os povos do Crescente Fértil e
do Extremo Oriente podem ser considerados uma espécie de “vanguarda
tecnológica”, pois viveram a Revolução Agrícola antes e mais intensamente –
seu processo gradativo de agricultura,
domesticação, fundição e urbanização foi nitidamente diferente do das
populações das Américas, da África sub-saariana e da Oceania.
Enquanto na Oceania e nas Américas – com exceção da
Mesoamérica e do Altiplano andino – a agricultura se desenvolveu lentamente e a
domesticação de animais foi mais limitada (cão, lhama, cobaia e algumas aves),
a chamada encruzilhada do mundo, o Crescente Fértil, tinha plantações grandes e
variadas – trigo, cevada, lentilha, ervilha e oliva – e criação de cavalos,
cabras, bois, carneiros, galinhas, gansos, abelhas e camelos –, e o Extremo
Oriente cultivava arroz, painço, soja, inhame, banana e criava cavalos, bois,
búfalos d’água, galinhas, iaques e gansos.
Talvez a explicação seja pela diversidade climática que
perpassa o continente que se estende de um polo a outro, enquanto a Europa, o
Oriente Médio e o Extremo Oriente estão dentro de uma mesma faixa climática;
além disso, o primeiro milho colhido não podia sustentar populações urbanas,
mas o primeiro trigo colhido, sim, e, segundo alguns cientistas, essa diferença
teria criado um abismo de aproximadamente mil anos entre os povos dos dois
lados do Atlântico, em termos do avanço tecnológico.
Esta é a tese do biólogo Alfred Crosby, que propõe o
desenvolvimento de uma “bomba biológica” resultante do isolamento geográfico
entre os contingentes humanos que viviam no Velho e no posteriormente
denominado Novo Mundo, que passaram por processos de produção alimentar e
organização social distintos, o que teria criado campos de problemas e
experiências também diferentes: aqueles conheceram inúmeras técnicas de que
chegaram a sobreviver por séculos, e estes começaram a esboçar um percurso
semelhante, mas sem o mesmo tempo para aprender com ele.
Embora não haja uma explicação definitiva para esse
descompasso tão evidente, provavelmente foi um dos fatores do êxito da
dominação europeia sobre as terras do Novo Mundo, além da superioridade militar
e das inúmeras doenças que dizimaram rapidamente milhares de indígenas e de
aborígines do continente australiano e das ilhas.
Outro fator que deve ser levado em conta na análise das
diferenças culturais é o conhecimento da tecnologia de fundição. Os povos da
América ainda usavam metais fundidos (ouro e prata) para a fabricação de adornos e objetos de
culto, e os europeus que já conheciam técnicas mais sofisticadas de trabalho
com metais e produziam inúmeros objetos de ferro e de aço, como por exemplo as armas
brancas, armaduras e armas de fogo.
Na
fase final do período, houve o desenvolvimento da técnica de fundição de
metais: inicialmente, o cobre, depois estanho e, na soma destes dois, o bronze.
No Egito e na Mesopotâmia, começou-se a produzir bronze por volta de 3000 a.C.
e, cerca de 2500 a.C. em Creta, Grécia e Península Ibérica. A produção de ferro
foi mais tardia, por volta de 1500 a.C. na Ásia Menor.
Muito bom. Adorei!
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