Na sede do comando militar dos EUA em Reims, leste da França, o general Alfred Jodl assinou a rendição em nome do líder do III Reich, Karl Dönitz. Estabelecendo que às 23:01, de 8 de maio de 1945, a rendição incondicional do remanescente do Alto-Comando Alemão, (encabeçado pelo Almirante Karl Dönitz e o Marechal de Campo Wilhem Keitel) às forças Aliadas (EUA, França, Grã-Bretanha e URSS), suspendendo imediatamente as atividades militares alemãs: todos os efetivos em solo alemão ou em território ocupado pelos alemães deveria se submeter ao comando Aliado, colaborando sem sabotagens. Algumas forças alemãs em Praga ainda resistiram, capitulando formalmente em 11 de maio de 1945.
Washington, Londres e Moscou deveria fazer uma declaração simultânea sobre a rendição, declarando o dia 09 de maio como o "Dia da Vitória", porém desentendimentos entre os comandantes dos Aliados, especialmente pelo interesse soviético de fazer com que a rendição fosse assinada em Berlim, fizeram com que a data ficasse dividida: 08 de maio no Ocidente e 09 de maio para os soviéticos.
Pode-se dizer que, a cooperação entre os modelos rivais (socialista e capitalista) já parecia se esgarçar, inclusive pelas discussões e decisões tomadas nas Conferências de Paz, definindo o futuro da Alemanha e do mundo.
A etapa final da Guerra
Durante
a fase final da guerra, a partir de 1943, os representantes das principais
potências (Winston Churchill, primeiro-ministro inglês; Josef Stálin, dirigente
da URSS, e Franklin Roosevelt, presidente dos EUA.) se reuniram em Teerã para
decidir as ações contra a Alemanha a partir da virada da guerra em favor dos
Aliados, após a capitulação da Itália.
Determinou-se
a formação de mais uma frente de ataque ocidental, visando a costa francesa
para o desembarque aliado, e, ao mesmo tempo, foi reconhecido o controle
soviético sobre a Estônia, a Letônia e a Lituânia, que passavam a integrar a
URSS.
Emblema da FEB
O
Brasil em 1944 enviou uma Força Expedicionária, formada por 25 334 soldados e
comandada pelo general Mascarenhas de Moraes. Na Itália, a FEB foi incorporada
ao 5º Exército dos EUA, que, sob o comando do general Clark, obteve várias
vitórias, destacando-se as de Monte Castelo, Montese e Castelnuovo, combatendo
por 11 meses e tendo 943 mortos e 4 000 feridos.
Antes
da declaração de guerra, circulava entre a opinião pública a ideia de que “era
mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra”. Mas a “ cobra
fumou”!!!
Em
1944, começou o processo de libertação do leste europeu (Romênia, Bulgária,
Tchecoslováquia e Hungria) pelo exército soviético, que teve ajuda de
diferentes forças de resistência conhecidas como partisans. Na Iugoslávia, inclusive, a libertação se deveu muito
mais à ação dessas forças do aos soviéticos. Por isso, concedeu-se ao líder dos
partisans, o croata Tito Broz, a
imediata liderança da Iugoslávia na luta contra o nazismo, o que depois
favoreceu sua ascensão como líder máximo da nação liberta e socialista.
No
oceano Pacífico, as tropas estadunidenses haviam recuperado o controle sobre as
ilhas Carolinas, Marshall e Marianas e, na batalha de Leyte, das Filipinas (a
maior batalha naval ocorrida até então, envolvendo 282 navios), abrindo caminho
para invadir a ilha de Okinawa, onde tiveram início os bombardeios sobre o
Japão.
As Conferências de Paz
Já
no início de 1945, a guerra indicava a vitória aliada, devido ao cerco das
tropas alemãs em seu próprio território, graças à ação conjunta das frentes
ocidental e oriental.
Em fevereiro de 1945, foi realizada a Conferência de Yalta (balneário situado na Ucrânia), em que os "Três Grandes" se reuniram para resolver o destino da Alemanha. Reconheceu-se o domínio soviético sobre a parte da Polônia que a URSS invadira em 1939, compensando a Polônia com uma porção do território oriental alemão. Estabeleceu-se também a divisão da Alemanha em quatro zonas de ocupação controladas pelos Aliados e, por conseguinte, se decidiu pela divisão da Europa em duas áreas de influência: o ocidente ficaria sob influência dos Aliados e o oriente, sob influência soviética. Aí começaram a ganhar contorno as fronteiras da Guerra Fria.
Da esquerda para a direita: Churchill, Roosevelt e Stálin em Yalta.
Os soviéticos foram os primeiros a entrar em Berlim,
tomando a cidade e encontrando mortos, num bunker
subterrâneo, parte da cúpula nazista e o próprio Hitler, que se suicidara entre 29 e 30 de abril. O
alto-comando alemão remanescente iniciou conversações com os Aliados,
terminando a guerra na Europa em 8 de maio de 1945.
Tropas soviéticas erguem sua bandeira sobre o Parlamento Alemão (Reichstag)
A
última conferência foi em julho de 1945, em Potsdam, pequena cidade nos
arredores de Berlim, com a participação de Stálin, Clement Attlee
(primeiro-ministro inglês entre 1945 e 1951) e Harry Truman (presidente dos
EUA). Ficou decidido que a Alemanha pagaria uma indenização de 20 bilhões de
dólares, montante que seria repartido entre os países vencedores: 50% para a
URSS; 14% para a Grã-Bretanha, 12,5% para os EUA e 10% para a França.
Por
decisão do presidente dos Estados Unidos
Harry Truman (Vice-presidente de Franklin Roosevelt, que havia falecido em 12 de abril de 1945, Truman ficou no posto até 1953.), em 6 de agosto de 1945, atacou-se a cidade de Hiroshima com uma bomba de
15 quilotons, o equivalente a 15 toneladas
de dinamite, apelidada Little Boy (garotinho, em
inglês). Até dezembro de 1945, havia 140 mil óbitos, entre eles,
20 mil militares,
dados que incluem as mortes causadas pelo ataque e pela contaminação.
Em 9
de agosto, Nagasaki foi atacada por uma
bomba maior, de
20 quilotons, esta chamada Fat Man
(homem gordo,
em inglês). Com os mesmos critérios, havia 70 mil
mortos até dezembro de 1945.
Ambas as cidades foram quase totalmente arrasadas.
Do centro da explosão, onde a temperatura era de vários milhões de graus
Celsius, até um raio de 3,5 km, com 300 mil
graus centígrados, a onda de calor e radiação pulverizou tudo. Aqueles que sobreviveram à explosão por estar mais distantes do ataque foram contaminados e
morreram lentamente, em virtude da exposição
à radiação. Outros, uma vez contaminados pela
radiação, sentiram seu impacto durante anos,
acometidos de vários problemas de saúde,
especialmente diversos tipos de câncer.
A destruição provocada pelo bombardeio nuclear em Hiroshima
Em 15 de agosto de 1945, o
imperador Hiroíto (1901-1989) fez um pronunciamento no
rádio ordenando a imediata deposição das
armas e reconhecendo
publicamente que era “apenas um ser humano, e não uma divindade”,
conforme a crença tradicional do Japão. Mais tarde, em 2
de setembro de 1945, a bordo do porta-aviões
estadunidense USS Missouri, o Estado-Maior japonês capitulava definitivamente,
assinando a paz e começando a reconstrução sob a tutela dos EUA, ali
representados pelo general Douglas MacArthur até 1951.
Assim se consolidava a posição estadunidense
no Extremo Oriente, já compondo o cenário da
Guerra Fria, tendo o Japão se tornado uma monarquia constitucional diretamente aliada ao ocidente e ao capitalismo. (MacArthur
foi o responsável pela elaboração do texto-base
aprovado pelo Parlamento japonês.)
E por que duas bombas? (Questão
da possível invasão soviética ao Japão) Seria o Japão uma ameaça tão
grande assim? Apesar de já estar em curso um
processo de pacificação e de ser certo o
encerramento do conflito, as duas bombas eram uma contundente demonstração de força para a
URSS, que, embora tenha feito parte do grupo
Aliado, finda a Guerra, passou a se portar como potência mundial e parte
significativa do jogo de poder da Guerra Fria.
Os desdobramentos imediatos da II Guerra Mundial, foram um saldo aproximado de 40 até 60 milhões de mortos, sendo que destes estariam cerca de 20 milhões de soviéticos e 6 milhões de judeus.
Entre
25 de abril e 26 de junho de 1945, foi
realizada em São Francisco uma conferência para a criação de um novo órgão
internacional das nações, a Organização das Nações Unidas (ONU), com sede em
Nova York e tendo por objetivo a manutenção
da paz e a preservação das liberdades humanas, que começou a funcionar
em 24 de outubro de 1945.
De 1945 a 1947, as
“superpotências” (EUA e URSS) passaram por um período de cordialidade e
cooperação, que foi rompido com início da chamada Doutrina Truman, em março de
1947, pela qual os Estados Unidos fizeram de tudo para conter a expansão do
socialismo. Em junho de 1947, o governo estadunidense lançou o Plano Marshall,
uma ampla ajuda financeira a países alinhados com a organização político-econômica
dos EUA, ou seja, uma ação para evitar a implantação de regimes socialistas.
Plano Marshall: "Todas as cores ao mastro!"
Em contrapartida, em 1949, a URSS criou o Comecon,
para ajudar as “democracias populares” do leste europeu sob sua
influência, favorecendo o fortalecimento dos regimes socialistas. No mesmo ano, foi formada a Otan
(Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança militar dos países
ocidentais composta por França, Bélgica,
Holanda, Inglaterra, Noruega, Islândia, Luxemburgo, Dinamarca, Canadá e Estados
Unidos e, em 1952, ainda Grécia, Turquia e Alemanha Ocidental.
Para fazer oposição aos países
ocidentais, fez-se o Pacto de Varsóvia, em
1955, integrado por União Soviética,
Polônia, Hungria, Romênia, Bulgária, Albânia, Iugoslávia, Tchecoslováquia e
Alemanha Oriental.
A formação desses blocos favoreceu
uma intensa corrida armamentista, principalmente pelo fato de os EUA terem
utilizado uma arma nova (a bomba atômica) no fim da Segunda Guerra, o que levou os soviéticos a
procurar também desenvolver também armas
nucleares, obtendo essa tecnologia em 1949. Durante a Guerra Fria,
destacam-se a ordem bipolar, a disputa ideológica e a ação velada dos EUA
e da URSS em vários conflitos. Os
aliados de uma e outra dessas “potências” eram
como peças de um complexo jogo de poder entre ambas,
que, entre outras coisas, disputavam a deflagração de uma Terceira Guerra
Mundial e/ou de um “holocausto nuclear”.
O período entre 1945 e 1991 ficou conhecido como Guerra Fria porque o mundo ficou dividido em duas zonas de influência: aliados dos Estados Unidos ou aliados da União Soviética. Além da bipolarização, denominou-se Guerra Fria pelo acirramento das divergências ideológicas e também pelo enfrentamento indireto das potências líderes em diferentes regiões do globo: Coreia, Vietnam, Oriente Médio, África e América Latina, numa variedade de ações e conflitos que contradisseram a ideia de uma "Guerra Fria".
Bem, isso já é assunto para um outro post...
Sugestões do Gabinete:
A Queda: as últimas horas de Hitler. Direção de Oliver Hirscbiegel, 2005, 150min.
O filme é construído sobre
a ótica de Traudl Humps, nascida em Munique, que aos 22 anos de idade é escolhida por Hitler
para ser sua secretária durantes os dois últimos anos do 3º Reich. Traudl relata os 12 últimos dias antes
da queda do regime nazista, período que vai do dia 30 de abril ao dia 8 de maio
de 1945, antes da invasão do exército russo. Nesses dias, a secretária
vivenciou a experiência de ver a derrocada do III Reich junto de Adolf Hitler e dos membros
do Partido Nazista.
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