A CRISE DA REPÚBLICA
Sila ainda teve que se ocupar de uma revolta de escravos liderados por
Spartacus às portas de Roma, o que expôs a fragilidade da cidade que dominava o
mundo. O general Crasso foi responsável pela
derrota de Spartacus, que foi derrotado e executado, sendo que cerca de 4000
escravos foram feitos prisioneiros e crucificados ao longo da Via Ápia para
servirem de exemplo àqueles que ousassem a desafiar o poder romano.
A crise em que a República se encontrava
foi parcialmente resolvida com uma espécie de “acordo de cavalheiros” onde o
Senado partilharia o poder com três generais que seriam nomeados cônsules, aliança política e militar romana que passou para a
história com o nome de Triunvirato.
O Primeiro Triunvirato era formado pelos generais Júlio César, Pompeu e Crasso. Este
último obteve o Oriente; Pompeu ficou com Roma e Espanha, e Júlio César teve a
responsabilidade de completar a conquista da Gália.
Com
a morte de Crasso, que estava combatendo no Oriente, Pompeu decidiu anexar para
si o território do triúnviro morto. Ao mesmo tempo, imaginava angariar o apoio
do Senado para destituir Júlio César e tornar-se único mandatário.
Sabendo
dos planos de Pompeu, César iniciou seu retorno. Atravessou o Rio Rubicão,
fronteira entre os territórios dos dois triúnviros e, à frente de suas tropas,
teria pronunciado a frase “Alea jacta est”
(a sorte está lançada em latim). Acuado e isolado, Pompeu fugiu para a Grécia
com César em seu encalço e, posteriormente, procurou abrigo junto ao príncipe Ptolomeu XIII, do Egito, mas
acabou assassinado por ordem deste.
Ao
saber da morte de Pompeu, Júlio César destronou Ptolomeu e colocou em seu lugar
a irmã do faraó: Cleópatra VII, com a qual, depois, manteve um notório romance. O Egito
já era, nessa época, um reino enfraquecido e que não tinha alternativa, senão aliar-se aos romanos
para não ser escravizado.
César
retornou a Roma e reorganizou a República, estendendo a cidadania romana a
vários povos conquistados. Fundou colônias em pontos estratégicos, doando
terras a agricultores e ex-soldados; realizou numerosas obras na cidade e no
campo, empregando mão de obra ociosa; criou um corpo de bombeiros para combater
os incêndios que vez por outra irrompiam na cidade e, por fim, iniciou a uma
reurbanização de Roma, com a construção de edifícios e monumentos, muitos em
sua própria homenagem. O calendário também foi reformado por um grupo de
estudiosos a serviço de César, passando a ter 12 meses e com a instituição do
ano bissexto, sendo conhecido a partir de então
como calendário juliano.
Júlio César : o senhor de Roma
Mas
o que pulverizou qualquer simpatia dos aristocratas por Júlio César foi a
maneira pela qual ele diminuiu os poderes do Senado, ato interpretado por
muitos como uma clara tentativa de ressuscitar a monarquia.
Júlio
César foi assassinado em 15 de março de 44 a. C. pelos patrícios em uma conspiração no Senado.
Roma mergulhou em uma guerra civil que opôs os senadores e os "herdeiros
políticos" de César: Marco Antônio
(correligionário de César que se dizia seu sucessor), Otávio (sobrinho e filho adotivo de César) e Lépido (general e banqueiro aliado de César).
Os
herdeiros de César derrotaram o exército dos patrícios e, mais uma vez, a
república foi dividida. Essa aliança ficou conhecida como Segundo Triunvirato. Pelo acordo de Brindisi, Otávio ficaria com o
Ocidente, fixando sua capital em Roma, Marco Antônio, com o Oriente, com
capital em Alexandria, no Egito, e Lépido ficaria com o norte da África. Este
último era o mais fraco de todos e logo acabou marginalizado na aliança,
evidenciando-se a supremacia de Marco Antônio e Otávio. Se no início ambos eram
aliados, Otávio mostrou-se mais habilidoso para conseguir a simpatia da
aristocracia romana, o suficiente para isolar Marco Antônio.
Marco
Antônio uniu-se a Cleópatra e transformou-se em seu novo amante. Tal fato
despertou a ira de Otávio, que o acusou de traidor da pátria e de tentar
transformar o Egito num reino independente de Roma. A esquadra romana fiel a
Otávio derrotou a frágil esquadra egípcia em Actium (31 a.C.). Marco Antônio e
Cleópatra, então, suicidaram-se e o Egito foi reduzido a província romana.
Otávio retornou a Roma sendo recebido como herói pela plebe, que recebeu trigo distribuído gratuitamente, sendo que este
fora saqueado do Egito derrotado. Morria a República e nascia o Império.
Sugestões do Gabinete:
Roma - Minissérie da HBO - 1a Temporada(2006) e 2a Temporada (2007)
Ambientada na passagem do Primeiro para o Segundo Triunvirato, a minissérie parte de uma perspectiva fictícia de dois militares romanos(a vida do soldado Tito Pulo e do oficial Lúcio Voreno) e os entrelaça com os personagens históricos, produzindo uma releitura bastante rica sobre a História de Roma, recuperando o que era o cotidiano, usos e costumes, além daquilo que entendemos por história política, mas sempre pouco um pouco de ficção para "aumentar o caldo" desta sopa.
Sugestões do Gabinete:
Spartacus (direção: Stanley Kubrick, 1973). Conta
a história do escravo que desafiou Roma em nome da Liberdade. Por agredir um
guarda romano, o escravo Spartacus (Kirk Douglas) é condenado à morte, mas é
salvo por Batiatus, que o compra para usa-lo como gladiador. Revoltado com a
obrigação de matar homens para divertir os poderosos, Spartacus lidera uma
revolução de escravos que termina por tomar metade da Itália.
Roma - Minissérie da HBO - 1a Temporada(2006) e 2a Temporada (2007)
Ambientada na passagem do Primeiro para o Segundo Triunvirato, a minissérie parte de uma perspectiva fictícia de dois militares romanos(a vida do soldado Tito Pulo e do oficial Lúcio Voreno) e os entrelaça com os personagens históricos, produzindo uma releitura bastante rica sobre a História de Roma, recuperando o que era o cotidiano, usos e costumes, além daquilo que entendemos por história política, mas sempre pouco um pouco de ficção para "aumentar o caldo" desta sopa.
Cleópatra (direção: Joseph L. Mankiewicz,
1963) Esse clássico tem a jovem
Elisabeth Taylor no papel-título e retrata o
processo de ascensão, esplendor e decadência da rainha Cleópatra VII, última
descendente da dinastia ptolomaica. Seu
envolvimento com o poder romano, marcado por seus casos amorosos com Júlio
César e depois com Marco Antônio, são o motivo
de sua glória e de seu fim.
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