Brasão do Império Austro-Húngaro: o escudo austríaco na esquerda e o húngaro na direita, unidos pela divisa em latim "Indivisível e Inseparável".
Brasão do II Reich (1870-1918)
Brasão do Império Russo - Dinastia Romanov (1616-1917)
Brasão do Império Britânico
Brasão da República Francesa
A declaração de guerra do Império Alemão.
"Agosto 1914" - Isaac Rosenberg (1890-1918)
Fogo. E o que entra em combustão
Em nossas vidas? O amado
Celeiro do coração?
Tudo o que será lembrado?
Tem três vidas uma vida -
Ferro, mel e ouro. Do trio
Idos o mel e o ouro, fica
Apenas o duro e frio.
De ferro são nossas vidas
A fundir-se na nascente.
No campo abre-se a ferida,
Na boca quebra-se um dente.
"Nada de novo no front" Erich Maria Remarque (1928)
Kantorek foi nosso professor na escola, um homem pequeno, severo, de
paletó cinza de abas, com um rosto afilado de camundongo. Tinha,
aproximadamente, a mesma estatura que o cabo Himmelstoss, o Terror de
Klosterberg. Aliás, é engraçado como o infortúnio do mundo provém tão
freqüentemente de homens baixos: são muito mais enérgicos, de gênio muito pior
do que os indivíduos altos. Tentei sempre evitar pertencer a companhias lideradas
por comandantes pequenos: em geral são uns carrascos.
Kantorek nos leu tantos discursos nas aulas de ginástica que a nossa turma
inteira se dirigiu, sob o seu comando, ao destacamento do bairro e alistou-se.
Vejo-o ainda à minha frente, e lembro-me de como o seu olhar cintilava através
dos óculos, quando, com a voz embargada, perguntava:
― Vocês vão todos, não é, companheiros?
Esses educadores têm sempre os seus sentimentos prontos, na ponta da
língua, e os ficam espalhando a todo instante, sob a forma de lições. Mas, naquela
época, ainda não nos preocupávamos com isto.
É verdade que um de nós vacilou e não quis acompanhar os demais. Foi
Josef Behm, um rapaz gordo e calmo. Finalmente, deixou-se convencer, pois do
contrário as coisas teriam ficado impossíveis para ele. Talvez houvesse outros que
pensavam como ele, mas não ousaram proceder de outra forma, pois, naquela
época, até os nossos próprios pais usavam facilmente a palavra “covarde”. As
pessoas não tinham nenhuma idéia do que estava para vir. Os mais sensatos eram
realmente os pobres, os simples: viram logo que a guerra era uma desgraça,
enquanto as classes mais altas não se continham de alegria, embora fossem elas
justamente que deveriam ter previsto mais depressa as suas conseqüências.
Katczinsky insiste que isto é próprio da educação ― o excesso de estudo
torna os homens burros. E, se Kat o afirma, é porque pensou muito antes de fazê-
lo.
Estranhamente, Behm foi um dos primeiros a morrer. Durante um dos
ataques foi atingido nos olhos por uma bala. Imaginando-o morto, nós o
abandonamos no campo. Não pudemos trazê-lo de volta, tão precipitada foi nossa
retirada. À tarde, repentinamente, nós o ouvimos chamar e vimos que tentava
arrastar-se até as nossas trincheiras. Perdera, apenas, os sentidos. Por não
conseguir ver e por estar louco de dor, não procurava cobertura, e por isso foi
baleado antes que um dos nossos pudesse ir buscá-lo.
É claro que não se pode responsabilizar Kantorek por tudo isto; que seria
do mundo se a isto se chamasse culpa? Houve milhares de Kantoreks, todos
convencidos de que procediam da melhor forma e de maneira cômoda para eles.
Mas, aos nossos olhos, foi justamente por isso que sua missão fracassou.
Os professores deveriam ter sido para nós os intermediários, os guias para o
mundo da maturidade, para o mundo do trabalho, do dever, da cultura e do
progresso e para o futuro. Às vezes, zombávamos deles e lhes pregávamos peças,
mas, no fundo, acreditávamos neles. À idéia de autoridade da qual eram os
portadores, juntou-se em nossos pensamentos uma melhor compreensão e uma
sabedoria mais humana. Mas o primeiro morto que vimos destruiu esta convicção.
Tivemos que reconhecer que a nossa geração era mais honesta do que a deles; só
nos venciam no palavrório e na habilidade. O primeiro bombardeio nos mostrou
nosso erro, e debaixo dele ruiu toda a concepção do mundo que nos tinham
ensinado.
"Epitáfio de um combatente da Primeira Guerra Mundial" Rudyard Kipling 1914
"Se alguém perguntar por que morremos,
diga-lhe, porque nossos pais mentiram."
Sugestão do Gabinete: "Joyeux Noël" (Feliz Natal) Direção: Christian Carion, 2005, 116 min.
Natal de 1914, em plena 1ª Guerra Mundial. A neve e presentes da família e do exército ocupam as trincheiras francesas, escocesas e alemãs, envolvidas no conflito. Durante a noite os soldados saem de suas trincheiras e deixam seus rifles de lado, para apertar as mãos do inimigo e confraternizar o Natal. É o suficiente para mudar a vida de um padre anglicano, um tenente francês, um grande tenor alemão e sua companheira, uma soprano.
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