A ESTÉTICA RENASCENTISTA
A
estética renascentista propôs o retorno aos valores clássicos: arte mimética (a
imitação da realidade com o objetivo de buscar a perfeição, segundo
Aristóteles, forjando a idéia de respeitar o modelo adotado e dentro dele a
busca da superação, com o auxílio da criatividade); a harmonia, a sobriedade (contenção dos sentimentos) e além
desta recuperação da Antiguidade, o tema central foi o antropocentrismo (o
homem como medida de todas as coisas) em detrimento do teocentrismo,
favorecendo o surgimento de uma forma de cultura laica (não religiosa), a qual
valorizava o individualismo.
Quanto à
temática, não foram abandonados os temas religiosos, como a vida de santos e as
passagens da Bíblia, pois o que ocorreu neste período é a representação mais
humanizada da divindade. Outro tema muito recorrente foi a mitologia
greco-romana, pois os mitos foram resgatados e ganharam uma roupagem adequada
ao gosto burguês.
A
produção artística do Renascimento pode ser vista como a construção do
imaginário burguês, pois a burguesia buscava a legitimidade e auto-afirmação,
querendo romper com a Idade Média e assim livrar do estigma da servidão,
afinal, os burgueses saíram deste estamento para depois morar nos burgos e
viver do comércio.
AS INOVAÇÕES TÉCNICAS
Durante o
Renascimento surgem (ou ressurgem) inúmeras inovações nas artes plásticas: a perspectiva (a
representação dos objetos, lidando com os conceitos de espaço e volume, enfocados a partir de um
pondo de vista (ponto de fuga), o que permitiu ampliar o espaço, trabalhando a
profundidade e no entanto, delimita o olhar do observador ao ponto estabelecido
pelo pintor , também chamado de "técnica do
ponto fixo".
Um dos primeiros a utilizar esta técnica foi Giotto e
posteriormente, Brunelleschi estabelece uma relação matemática proporcional na
representação das imagens, também chamada de perspectiva geométrica, que através do "ponto de fuga", abria o espaço em direção ao infinito; a pintura
a óleo, importada da Flandres que foi difundida ao longo do Quattrocento, permitiu o trabalho mais
detalhista por parte do artista, possibilitando-lhe o aprimoramento da técnica.
Exemplo de perspectiva com ponto de fuga
FASES DO RENASCIMENTO ITALIANO
Trecento
(1300-1399): É a fase de transição entre a
estética medieval e a renascentista. Destacam-se neste período os pintores:
Giotto di Bondone (1267-1337) , Duccio di Buoninsegna (1255-1319), Cimabue (1240-1302), Simone Martini (1284-1344) e
Ambrogio Lorenzetti (1290-1348). Na literatura temos como autores importantes Francesco
Petrarca (1304-1374), autor de "Ódes a Laura" e da epopéia "De África" e Giovanni
Boccaccio(1313-1375) , autor de "Decameron". A riqueza da produção literária
deste período estava na utilização dos dialetos, o toscano principalmente,
promovendo a formação da base da língua italiana.
Obras em destaque:
Cimabue: "Madonna com Menino Jesus, anjos e São Francisco", afresco, c. 1280, Basílica de São Francisco, Assis, Itália.
Cimabue: "Crucifixo", têmpera sobre madeira, c. 1287-88, Museo dell'Opera di Santo Croce, Florença, Itália.
Duccio: "Maesta", têmpera sobre madeira, c.1308-11, Museo dell'Opera del Dumo, Siena, Itália.
Duccio: Parte posterior da "Maesta", têmpera sobre madeira, c.1308-11, Museo dell'Opera del Dumo, Siena, Itália.
Simone Martini: "A Anunciação", têmpera sobre madeira, c.1333, Galleria degli Ufizzi, Florença, Itália.
Vista da Capella Scrovegni, localizada na igreja de Nossa Senhora da Caridade, Pádua, Itália.
Giotto: "A Lamentação ou deposição da cruz", afresco, c.1314, Capella Scrovegni, Pádua, Itália.
Giotto: "Madonna com o Menino Jesus", têmpera sobre madeira, c. 1320-30, National Gallery of Art, Washington, EUA.
Ambrogio Lorenzetti: detalhe da "Alegoria do Bom Governo", afresco, c. 1337-40, Palazzo Pubblico, Siena, Itália.
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