As Ricas Horas do Duque de Berry

As Ricas Horas do Duque de Berry
As Ricas Horas do Duque de Berry. Produção dos irmãos Limbourg - séc. XV. Mês de julho

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Mulher foi assassinada e mumificada em ritual inca há 500 anos, diz estudo

Fonte: Portal UOL by EFE 27/02/2014

A múmia de uma mulher jovem, que teve doença de Chagas, mostra indícios de um forte trauma na cabeça que pode ter sido originado por um homicídio ocorrido em um ritual há cinco séculos na América do Sul, conforme um artigo publicado nesta quarta-feira (26) pela Public Library of Science.

A múmia, achada no litoral do Pacífico, perto da fronteira entre o Chile e o Peru, e que durante quase um século permaneceu sem identificação na Coleção Arqueológica do Estado da Baviera, na Alemanha, foi examinada por Stephanie Panzer, do Centro Murau de Trauma sob a direção do paleontólogo Andreas Nerlich, da Universidade de Munique.

Para entender melhor a origem e a trajetória da mulher, os cientistas examinaram o esqueleto, os órgãos e DNA empregando técnicas da pesquisa antropológica, um escaner computadorizado completo do corpo, análise de isótopos, histologia, identificação molecular e reconstrução legista da lesão.

O método de datação por radiocarbono revelou que a mulher viveu entre 1.450 e 1.640 e, provavelmente, tinha entre 20 e 25 anos de idade quando morreu. As fibras do tecido que cobrem o crânio são de lhama ou alpaca.

As análises de isótopos de nitrogênio e carbono do cabelo mostraram uma dieta que, provavelmente, incluía milho e peixe, e que corresponde com uma origem e uma vida nas regiões litorâneas.

Além disso, a múmia tinha um engrossamento significativo do coração, o reto e os intestinos, características das pessoas que sofrem da doença de Chagas. Acredita-se que a mulher teve a doença desde a infância.

O crânio da múmia está deformado pelas faixas atadas que são típicas da cultura Inca; e a tomografia computadorizada mostrou uma "destruição quase completa dos ossos do rosto e da testa", acrescentou o estudo.

"O tipo de destruição sugere um golpe enorme no centro do rosto. Isto sustenta a hipótese de um ritual de homicídio do tipo já descrito anteriormente em múmias sul-americanas de indivíduos que sofriam a doença crônica grave", destacou o estudo.



(A) Esta é uma visão frontal da múmia que revela posição típica de cócoras (embora as pernas estejam quebradas abaixo de ambos os joelhos). 
(B) A aparência externa das tranças de cabelo que são fixados em suas extremidades por minúsculas cordas de material estranho. 
(C) Vista detalhada do rosto da múmia. Nota-se o defeito transversal acima do olho esquerdo. Ambos os olhos estão fechados e coberto por pele. A boca é oval  e aberta, os dentes frontais estão faltando. Crédito: Andreas Nerlich 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Casal encontra US$ 10 mi em moedas de ouro no quintal de casa

Fonte: Portal UOL by AFP - 25/02/2014


Um casal de californianos teve uma grata surpresa enquanto passeava com seu cachorro: um tesouro de moedas de ouro, avaliado em US$ 10 milhões (cerca de R$ 22 milhões), estava enterrado em seu terreno.

O casal, que permanece no anonimato, se deu conta de uma saliência no gramado de sua casa, aos pés de uma árvore, e viu que se tratava de uma caixa de metal. Com a ajuda de uma pá, tiraram a caixa e encontraram "muitas moedas de US$ 20 em ouro", que datam da segunda metade do século 19.

As informações foram divulgadas nesta terça-feira (25) pela empresa de numismática Kagin's, que assessora a venda de moedas valiosas.

Depois da primeira caixa desenterrada, "encontraram os restos de outras caixas, mais escondidas" e, após algumas idas e vindas utilizando um detector de metais, chegaram a "um total de oito caixas com mais de 1.400 moedas de ouro" dos Estados Unidos.
Além do tamanho, o tesouro impressiona por seu "perfeito estado" de conservação após mais de 100 anos sob a terra.
As moedas serão vendidas em breve no site da Kagin's e na Amazon, informou a empresa. O valor de uma delas, que data de 1866, é de US$ 1 milhão.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Há 450 anos morria Michelangelo Buonarroti

Durante a Baixa Idade Média ocorreu o renascimento comercial e urbano, o qual favoreceu em especial algumas regiões da Europa como Flandres (região que hoje compreende Bélgica e Holanda) e o norte da Itália. Nesse momento, começou o fortalecimento do poder monárquico em detrimento da nobreza. No entanto, na Itália não se formou uma monarquia nacional centralizada, uma vez que aquela região era dominada por pequenos Estados sob o controle da burguesia (as repúblicas de Florença, Gênova, Lucca, Siena e Veneza); da nobreza (os ducados de Milão, Módena, Ferrara, Savoia) e da Igreja (região central da Itália). A região de Flandres era uma possessão dos duques de Borgonha (passando no final do século XV para o domínio dos Habsburgo) e era dotada também de intensa atividade comercial, tendo porém uma burguesia desinteressada em nobilitar-se como era o caso da italiana.

O enriquecimento das cidades italianas fez com que as famílias burguesas controlassem o governo das comunas a partir do podestá (líder político), que tinha sob seu controle um exército de mercenários liderado pelo condottieri (chefe de armas ou capitão de guerra). Em Veneza, porém, havia a figura do doge (duque de Veneza e chefe da república) apoiado pelo Senado e pelo Conselho dos Dez (órgão sigiloso com poderes de vida e morte sobre os cidadãos, composto por membros da aristocracia veneziana).

Destacaram-se como importantes membros da burguesia italiana os Médici em Florença, os Baglioni em Perúgia e os Bentivoglio em Bolonha; em algumas cidades os próprios condottieri controlavam o poder, como os Sforza em Milão.

A estética renascentista propôs o retorno aos valores clássicos: arte mimética (a imitação da realidade com o objetivo de buscar a perfeição, segundo Aristóteles, forjando a ideia de respeitar o modelo adotado e dentro dele a busca da superação, fruto da ação do artista); a harmonia, a sobriedade (contenção dos sentimentos) e além dessa recuperação da Antiguidade, o tema central foi o antropocentrismo (o homem como a medida de todas as coisas) em oposição ao teocentrismo, favorecendo o surgimento de uma forma de cultura laica (não-religiosa), a qual valorizava o individualismo.

Quanto à temática, não foram abandonados os temas religiosos, como a vida de santos e as passagens da Bíblia, mas houve uma mudança de foco: ao invés de imagens que representavam a divindade como algo intocável e misterioso, os artistas buscaram uma representação mais humanizada dos personagens sagrados. Tal fato é perceptível em vários trabalhos, como por exemplo, no Juízo Final pintado por Michelangelo na Capela Sistina. Outro tema recorrente foi a mitologia greco-romana, pois os mitos foram resgatados e ganharam uma roupagem adequada ao gosto burguês, quando muitos queriam demonstrar sua erudição no conhecimento dessas narrativas ou ainda associar as virtudes de um herói ou deus à sua pessoa.

A Capela Sistina foi pensada pelo papa Sisto IV para servir de espaço para as cerimônias de caráter mais privado da corte papal e também como espaço para a realização do conclave (eleição do papa pelo Colégio dos Cardeais). A decoração interna das paredes laterais foi realizada por vários pintores: Boticelli, Rafael, Cosimo Rosseli, Luca Segnorelli, Perugino, Ghirlandaio e Pinturicchio. Já as pinturas do teto em abóbada (1508-1512) e a parede do altar principal (1535-1541) foram feitas por Michelangelo, retratando os temas bíblicos desde a Criação e terminando no Juízo Final.

A riqueza de detalhes acompanhada de uma manifestação muito clara dos movimentos dos personagens impõem ao observador um desafio gigantesco: a dificuldade de contemplá-la por completo num único olhar, fazendo de sua observação um processo semelhante à leitura, pois o observador avança de uma parte para outra tal qual um leitor que percorre o texto ao longo de seus parágrafos.

Michelangelo dotou suas imagens de cores e gestos de vigorosa intensidade, cuja manifestação confere uma aparência realista aos temas retratados, diferente de uma representação estática e sobrenatural, pois justamente a ideia de naturalidade ou ainda de uma idealização da natureza se colocam presentes na composição, nos traços, cores e volumes.


Ao observarmos, por exemplo, o detalhe da Criação do homem, vemos a materialização de um canto gregoriano Veni Criator (Venha Criador em latim), segundo o qual se evoca a presença divina. Diferente do texto bíblico, onde o Criador esculpiu o homem no barro dando-lhe vida, Michelangelo apresenta Deus como um vigoroso ancião que se move em direção ao homem e com o toque lhe concede a vida, evidenciada pela ação divina em relação ao humano.




















Fonte: http://pt.wikipedia.org/

Sugestões do Gabinete:

Agonia e êxtase. Direção de Carol Reed, 1965, 138 min. : A vida de Michelangelo e a tensa relação que ele teve com o papa Júlio II durante a realização das pinturas na Capela Sistina. A partir do filme podemos compreender as sutilezas que envolviam as relações entre os mecenas e seus protegidos.






quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Escócia X Inglaterra: o fim do Reino Unido?

Para aqueles que gostam de filmes históricos, especialmente os épicos, "Coração Valente" tem um lugar especial pela riqueza de sua produção.O filme foi dirigido em 1995 por Mel Gibson, recebendo vários prêmios (1 Globo de ouro, 5 Oscar, 3 BAFTA e 1 MTV Movie) e trata da vida, luta e morte de William Wallace, um guerreiro escocês que se bateu contra os ingleses, buscando expulsá-los, para assim, consolidar a independência escocesa.

Wallace participou de batalhas importantes, venceu várias delas, valendo o reconhecimento pelos seus compatriotas, quando o conselho de nobres escoceses lhe atribuiu o título de "Defensor da Escócia".
No entanto, apesar desse apoio e reconhecimento, Wallace foi traído por nobres escoceses que armaram uma emboscada, favorecendo sua prisão e entrega ao rei Eduardo I, sendo condenado por traição à Coroa e executado em 1304, depois de inúmeros tormentos, teve sua cabeça cortada e fincada numa lança na torre de Londres.

A morte de Wallace não deteve a luta pela independência, que foi prosseguida por Robert de Bruce, nobre escocês cuja família pleiteava a "coroa" da Escócia, entre outras famílias.
Foi em Bannockburn, aos 24 de junho de 1314, que Robert de Bruce derrotou os ingleses e se reafirmou como rei, governando até 1328.

As relações entre as duas Coroas (Inglaterra e Escócia) continuaram razoavelmente pacificadas, sendo adotada uma política de casamentos entre aristocratas de um lado e outro da fronteira. No entanto, durante o reinado de Elizabeth I (1559-1603) a tensão entre a Casa Stuart (Escócia) e a Casa Tudor (Inglaterra) ficou bastante tensa, especialmente com o envolvimento da rainha Mary Stuart numa conspiração junto com Felipe II de Espanha para a deposição de Elizabeth I e a ascensão de Mary como "rainha da Inglaterra", articulando a restauração do catolicismo no reino inglês.

Felipe II tentara a invasão da Inglaterra em 1588 com uma imensa esquadra (130 navios, tripulados por 8000 marinheiros, transportando 18.000 soldados), que ele denominara de "Invencível Armada", mas isso não foi suficiente para submeter os ingleses, os quais resistiram com a intensa ação de seus navios de guerra, seus corsários liderados por Francis Drake e Walter Raleigh e todos os navios que pudessem ali concentrar sua resistência.

A Inglaterra sobreviveu, sendo vencedora e abriu um período de significativa prosperidade, tanto interna quanto externa, mas o fato de Elizabeth I não ter se casado e gerado um herdeiro fez com que o trono inglês passasse a seu parente mais próximo, Jaime VI rei da Escócia (filho de Mary Stuart) e que assim, levou a dinastia Stuart ao governo da Inglaterra, Gales e Irlanda e dessa forma, todas as regiões das Ilhas Britânicas estavam sob um único soberano.

Em 1707, com a assinatura do Ato de União, a Escócia se uniu à Inglaterra, e assim se formou o "Reino Unido da Grã-Bretanha" e assim permaneceu ao longo de três séculos, passando os reinados das dinastias Stuart(1603-1714), de Hanover(1714-1917) e de Windsor (1917 até hoje) Desde 1999, a Escócia tem um Parlamento, dotado de moderada autonomia(responsável por discutir temas como educação e saúde), mas é dependente das decisões vindas de Londres para temas como finanças e defesa.

Neste ano de 2014 teremos os "700 anos da batalha de Bannockburn" e parece que os "vultos" de Wallace e Robert de Bruce voltaram do mundo dos mortos para assombrar Londres.

O Partido Nacional Escocês(em inglês SNP), liderado por Alex Salmond, que é o primeiro-ministro autônomo do governo escocês, que alias, fora indicado pela rainha Elizabeth II, quer a independência da Escócia, mantendo a rainha como Chefe de Estado e a libra como moeda.

Já ocorrera uma tentativa em 2010, mas fora derrotada pelo Parlamento.  Como o SNP obteve a maioria no Parlamento escocês, a proposta de um referendo foi aprovada e a data está marcada para 18 de setembro de 2014.

Neste projeto separatista, Salmond defende que, os recursos oriundos da indústria pesqueira e do whisky, da exploração petrolífera e da agricultura, somados à carga tributária arrecadada pelos contribuintes escoceses, seriam suficientes para a manutenção da "Escócia independente" que por exemplo, não precisaria gastar elevados recursos com defesa como na manutenção de um arsenal nuclear.

O possível "desmonte" do Reino Unido tem preocupado significativamente o primeiro-ministro David Cameron, que almeja a continuidade do Partido Conservador no governo, que enfrentará as urnas em 2015, buscando fazer junto com o restante da UE, a saída da crise financeira, a retomada do crescimento econômico e a manutenção da posição da Grã-Bretanha enquanto liderança na Europa ocidental.

Mas cabe a pergunta: apesar dos anseios dos políticos ingleses e escoceses, qual será a posição da população escocesa? Haverá uma maioria?

 Sugestões do Gabinete:

Coração Valente. Direção de Mel Gibson, 1995, 177min.



Épico ambientado na Escócia, entre o fim do século XIII e início do século XIV, quando o rei inglês Eduardo I tentava submeter o país a seu domínio, mas encontrou uma forte resistência local sob a liderança de William Wallace.
















Elizabeth: a Era de Ouro. Direção de Shekhar Kappur, 2007, 114min.

Inglaterra, 1585. Elizabeth I está quase há três décadas no comando da Inglaterra, mas ainda precisa lidar com a possibilidade de traição em sua própria família, que tem como aliado e apoiador nesta conspiração, Felipe II, rei da Espanha. 
Apoiado pelo papa Gregório XIII, Felipe II planeja destronar a "herege" Elizabeth I, que é protestante, e restaurar o catolicismo na Inglaterra. Preparando-se para entrar em guerra, Elizabeth busca equilibrar as tarefas da realeza com uma inesperada vulneabilidade, causada por seu amor proibido com o aventureiro Sir Walter Raleigh.