As Ricas Horas do Duque de Berry

As Ricas Horas do Duque de Berry
As Ricas Horas do Duque de Berry. Produção dos irmãos Limbourg - séc. XV. Mês de julho

quinta-feira, 30 de junho de 2011

UFRJ usará somente o ENEM

A Universidade Federal do Rio de Janeiro resolveu usar exclusivamente o ENEM para selecionar os candidatos do próximo concurso de admissão através do SiSu.

Maiores detalhes: http://www.vestibular.ufrj.br/

A matéria saiu no Portal iG.

UFRJ acaba com o vestibular e selecionará pelo Enem

Do total de vagas em 2012, 30% serão destinadas a alunos de escolas públicas

iG São Paulo | 30/06/2011 16:16

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) decidiu nesta quinta-feira acabar com o vestibular na instituição. A partir de 2012, todas as vagas serão preenchidas a partir da nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Do total, 30% serão reservadas para alunos de escolas públicas com renda familiar de um salário mínimo por pessoa. A decisão foi tomada pelo Conselho Universitário.

As vagas serão oferecidas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), com exceção das de cursos que exijam Teste de Habilidade Específica. O sistema centraliza vagas de instituições de ensino superior públicas de todo o País.

No ano passado, a UFRJ optou por adotar cotas pela primeira vez. Vinte por cento das 9060 vagas oferecidas foram destinadas a estudantes de escolas públicas, 40% foram preenchidas pelo Sisu e as outras 40% pelo vestibular tradicional da universidade. O vestibular, que agora será extinto, teve 43,52% de abstenção. Mais de 40 mil candidatos não compareceram aos locais de prova do total de 92.013 inscritos.

O Enem deste ano ocorrerá nos dias 22 e 23 de outubro e teve número recorde de estudantes inscritos: 6.221.697.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Descoberta arqueológica no Amapá

O trabalho da pesquisa arqueológica é fundamental para a melhor compreensão da História, especialmente quando lidamos com culturas ágrafas (sem escrita) ou de períodos anteriores à utilização da escrita. No entanto, quando se fala da arqueologia, muitos pensam no glamour de escavações de lugares famosos como o Egito e Mesopotâmia ou na Europa, mas há um vasto campo a ser estudado aqui em nosso país, sendo assim, a arqueologia pode ser uma sugestão para a ampliação do número de especialistas que se formarão no futuro.

A matéria foi tirada do Portal G1 da Globo.

Boa Leitura!


24/06/2011 16h02 - Atualizado em 24/06/2011 16h03
Escavação no Amapá revela estilo de uma urna conservado apenas no exterior

Material foi encontrado por pesquisadores do IEPA na periferia de Macapá.

Escavações no começo do século 20 retiraram peças arqueológicas do país.

Mário BarraDo G1, em São Paulo
Um estudo realizado em sítio arqueológico no Amapá revelou urnas funerárias que só eram conhecidas pelos pesquisadores por meio de peças expostas em museus na Europa. Coordenadas pelos arqueólogos João Saldanha e Mariana Cabral, do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA), as escavações desvendaram quatro urnas funerárias, uma delas com formas humanas, além de esqueletos de adultos e de uma criança.
Todo o material é de 1000 anos atrás, época tida pelos especialistas como o início do florescimento cultural na região amazônica. "A maior parte dos sítios, com grandes estruturas e materiais mais vistosos, é exatamente desta época", afirma Saldanha, em entrevista ao G1. A descoberta aconteceu em um sítio arqueológico na periferia de Macapá, capital do estado.
Urnas são expostas no Amapá. A maior delas representa um homem e continha ossos de um humano do mesmo sexo. (Foto: João Saldanha / arquivo pessoal)Urnas são expostas no Amapá. A maior delas representa um homem e continha ossos de um humano do mesmo sexo. (Foto: João Saldanha / arquivo pessoal)
As urnas têm entre 30 a 60 centímetros de altura e continham ossos humanos. A menor delas abrigava os restos de uma criança. Já a maior, com formas humanas, foi a estrutura que mais chamou a atenção dos especialistas.
Os pesquisadores normalmente procuram por vestígios funerários e outros indícios de ocupação humana como a terra preta arqueológica. "É um tipo de solo extremamente fértil, encontrado na Amazônia, manipulado pelos índios intencionalmente para recuperar um solo que é notoriamente pobre para a agricultura", explica o arqueólogo.
No caso das urnas, a utilidade é a de preservar o corpo como forma de perpetuar os índios depois da morte. "Assim como existiam as múmias e os sarcófagos no Egito Antigo, aqui na Amazônia nós encontramos essas urnas antropomorfas [com formas humanas]. É uma forma de perpetuar o corpo depois do falecimento do indivíduo", diz Saldanha.
A equipe não sabe afirmar como ocorreu o descarne - a retirada dos tecidos moles dos ossos -, mas possuem duas teorias. "Há vários relatos etnográficos que apontam o enterramento primário, ou seja, os índios soterravam o corpo, esperavam a carne apodrecer e depois recuperavam os ossos", diz o pesquisador. "Há ainda casos nos quais os índios colocavam o corpo em uma plataforma, a carne saía nessas plataformas e eles conduziam os ossos às urnas."
Crânio é visto em detalhe dentro de vestígio arqueológico encontrado no Amapá por pesquisadores do IEPA. (Foto: João Saldanha / arquivo pessoal)Crânio é visto em detalhe dentro de vestígio arqueológico encontrado no Amapá por pesquisadores do IEPA. Achados têm 1.000 anos de idade, afirmam os especialistas. (Foto: João Saldanha / arquivo pessoal)
Conhecer no exterior
Indícios das presenças de culturas típicas na região como a marajoara, a maracá e a aristé, os vestígios de povos indígenas foram explorados no começo do século por escavações amadoras. O material era levado no começo do século 20 para acervos na Europa, durante uma época na qual não havia uma legislação específica para a conservação do patrimônio e da propriedade arqueológicas.
"A gente não conhecia bem este estilo de urna. Somente após essa escavação é que nós encontramos este tipo de cerâmica, que nós conhecíamos pelas exposições no exterior, a toda uma estrutura usada pelos índios daqui", lembra o pesquisador.
No começo do século passado, escavações amadoras levavam peças arqueológicas de culturas amazônicas para apreciadores em mercados no exterior. "A legislação de propriedade e patrimônio é de 1961. Mas ainda temos esse problema", afirma o pesquisador.
"Hoje em dia ainda há escavações clandestinas. Existe um mercado negro de peças que nós ficamos sabendo, apesar de não ver. Depois de um tempo, peças raras vão parar em museus na Europa ou em coleções particulares."
Local onde foram encontradas as urnas funerárias na periferia de Macapá. (Foto: João Saldanha / arquivo pessoal)Local onde foram achadas urnas funerárias na periferia de Macapá. (Foto: João Saldanha / arquivo pessoal)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Links para História da Arte

Caros alunos e interessados,

Seguem abaixo os links de mais conteúdos de História da Arte.

Bons estudos!

Eis os links:


SLIDES SOBRE AS VANGUARDAS DO SÉCULO XX (HISTÓRIA DA ARTE):


SLIDES SOBRE ARTE DÉCO, PÓS-MODERNISMO E ARTE CONTEMPORÂNEA:


SLIDES SOBRE A MODERNIDADE (1920-1950) - HISTÓRIA DA ARTE:

Links com os slides das aulas de História

Caros alunos e interessados em geral,

Mais links referentes aos temas abordados nas últimas aulas: Império Bizantino, o Islã e a formação da Europa medieval.

Até a próxima e Bons estudos !

Eis os links:


SLIDES SOBRE OS REINOS GERMÂNICOS E O SISTEMA FEUDAL:


SLIDES SOBRE O IMPÉRIO ROMANO DO ORIENTE E ISLÃ:

sábado, 18 de junho de 2011

Entrevista com o teólogo Leonardo Boff

Nas últimas semanas, discuti em diferentes turmas a formação e organização do Cristianismo. Um tema que apareceu foi a postura da Igreja Católica em diferentes momentos e assim mencionei a importância da Teologia da Libertação enquanto vertente  progressista do mundo católico.

Ao enveredar por este caminho, é impossível deixar de discutir o processo sofrido pelo então frei franciscano Leonardo Boff, o qual foi condenado ao "silêncio obsequioso", isto é, proibido de ensinar, falar, escrever e debater a doutrina dentro e fora da Igreja Católica. Esta punição foi imposta pelo cardeal Josef Ratzinger (atual Bento XVI) em 1992, que na época era o Prefeito da Congregação da Doutrina e da Fé (nome atual da antiga Inquisição) sob o papado de João Paulo II (1979-2005).


Eis os links:

RODA VIVA (1997) - LEONARDO BOFF - PARTE 1:



RODA VIVA (1997) - LEONARDO BOFF - PARTE 2:



RODA VIVA (1997) - LEONARDO BOFF -PARTE 3:



RODA VIVA (1997) - LEONARDO BOFF - PARTE 4:





Boa leitura!!

Links sobre História da Arte

Caros alunos e interessados em geral,

Seguem abaixo alguns links com apresentações sobre História da Arte. Em breve, enviarei mais.

Espero que apreciem. Bom estudo!

Seguem os links:

SLIDES SOBRE HISTÓRIA DA ARTE - INTRODUÇÃO:


SLIDES SOBRE HISTÓRIA DA ARTE - A ruptura, renovação e reinvenção das tradições (Séc. XIX):


SLIDES SOBRE HISTÓRIA DA ARTE - IMPRESSIONISMO E PÓS-IMPRESSIONISMO:

terça-feira, 14 de junho de 2011

A cultura clássica no mundo greco-romano

O conceito de "clássico"

O adjetivo clássico pode apresentar duas referências dentro do contexto histórico e cultural. A primeira é de referir-se a uma obra consagrada, ou seja, de valor superior que, independentemente da época que foi produzida, tem seu reconhecimento e é  considerada "digna" de ser imitada, tornando-se um modelo. Já a segunda remete aos valores culturais cultivados pelos gregos durante o apogeu de sua história, ou seja, o século V aC. , também conhecido como o Século de Ouro em virtude do poderio representado por Atenas (a democracia) e suas influências sobre as outras póleis (cidade-Estado).
No entanto, estes valores não ficaram restritos apenas ao período, mas foram largamente cultivados ao longo dos séculos, começando por Alexandre Magno (336-323 a.C.) que difundiu a cultura grega pelos territórios que conquistou e nesse processo, a fusão da cultura grega com as culturas orientais, originando o que foi denominado como cultura helenística.
Os romanos se tornaram herdeiros de Alexandre, pois Roma conquistou militarmente a Hélade em 146 a.C., enquanto os gregos "conquistaram culturalmente" os romanos, situação resumida na célebre frase do poeta romano Horácio (65 a.C – 8 d.C): "A Grécia conquistada conquistou seu feroz vencedor e introduziu as artes no agreste Lácio". Vale lembrar que, do Lácio, a região central da península Itálica onde se encontra Roma, os romanos a espalharam pela Europa ocidental, fazendo da matriz greco-romana, guardadas obviamente as influências locais e outras externas, a matriz cultural da Europa.
Mesmo com a cristianização do Império Romano, acentuada a partir de 391 d.C. com a adoção da religião cristã como oficial e a consequente proibição dos cultos chamados de pagãos, a cultura clássica não desapareceu, justamente, foi se misturando com a cultura cristã, especialmente nos altos círculos sociais, pois os textos de Aristóteles e Platão ou mesmo dos romanos como Virgílio, autor da epopéia Eneida, além da literatura, destacam-se nas áreas da política e da história:  Tito Lívio, Cícero, Tácito, Plínio, Plutarco e Suetônio.
A cultura cristã acabou por se sobrepor a cultura clássica, tomando a base pagã e dando a ela novas formas e contornos, mas desde que não entrasse em conflito com os dogmas cristãos, pelo contrário, foi relida e repensada dentro do universo cultural monoteísta, um exemplo significativo foi a proibição dos Jogos Olímpicos em 394 d.C., vistos como “culto pagão” e, portanto, uma ameaça à fé e dessa forma, sua extinção serviu para reafirmar a posição do cristianismo, sendo que só foram retomados em 1894 através da criação do Comitê Olímpico Internacional (COI) pelo educador francês Pierre de Fredy, o Barão de Coubertin (1863-1937), sendo decidido que os “I Jogos Modernos” seriam realizados em Atenas no ano de 1896.
Ao analisarmos os processos que encabeçaram esta transformação não é possível se valer de uma regra uniforme e absoluta, implicando entender cada contexto em seu próprio momento e universo, sendo que em alguns casos, a força da cultura pagã pode ser sentida com maior intensidade, seja nos ritos sagrados, seja nos ritos do cotidiano que no vagar dos séculos passaram a integrar a o universo da cultura folclórica, se reinventando e multiplicando para, mesmo com séculos de cristianismo, ainda se fazer viva naquilo que genericamente foi entendido por superstição.
O pensar grego tem inúmeros nomes, mas quando tratamos do contexto entre os séculos V-IV a.C. , podemos apontar três referências:
Sócrates (470-399 a.C): Não deixou obra escrita, mas procurou transmitir suas idéias aos seus discípulos. Tinha uma abordagem irônica, procurando confundir seus interlocutores, pois tinha por objetivo que os próprios concluíssem que nada sabiam e a partir daí começassem a raciocinar: "Só sei que nada sei", proposição que ficou conhecida como maiêutica, que em grego significa "o nascimento das ideias".
Platão (427-347 a.C):  Fundou a Academia de Atenas. Escreveu apologia a Sócrates, Fédon, Fedro, O Banquete, A República. Trabalhava a concepção do mundo, dividindo-o em dois planos: o plano espiritual (a essência) e o plano físico (matéria), dando mais valor ao mundo espiritual.
Aristóteles (384-322 a.C) Fundou o Liceu de Atenas. Sua obra abrange a maior parte do conhecimento de sua época: Política, Poética, Retórica, Ética, Metafísica, Lógica. Dentro de sua obra, A Poética, encontra-se o conceito de mimese, o qual será o principal paradigma (modelo) para a cultura clássica.
Os valores clássicos estão relacionados com uma idéia de beleza construída ao longo dos séculos da história grega, tendo o século V a.C. por apogeu. Um dos mais importantes é a mimese, ou seja, a imitação da realidade com o objetivo de buscar a perfeição, segundo Aristóteles, forjando a idéia de respeitar o modelo adotado e dentro dele a busca da superação, com o auxílio da criatividade. Deste princípio, surge a perfeição formal, a qual estará presente em todas as formas de arte clássica.
Outros valores também importantes são a busca da harmonia (equilíbrio entre as partes de um todo) e a sobriedade (contenção das emoções e leveza dos gestos).


A arte greco-romana teve sua  manifestação  em diferentes formas de representação:

a) Arquitetura: A característica mais marcante da arquitetura clássica é o predomínio da linha reta, pois seus templos, palácios e outros prédios foram construídos em formas geométricas regulares, principalmente retângulos, com a valorização das colunas caneladas e capitéis, sendo estes últimos trabalhados de maneira diferente pelos povos que ocuparam a Grécia e, portanto, deram origem a diferentes estilos ou ordens (jônios, coríntios e dóricos).Quanto à contribuição romana, tem-se como inovação o arco e suas construções derivadas (arcadas, aquedutos e abóbodas), pois no restante, a influência grega é nítida, criando um certo ecletismo, como por exemplo, o estilo ou ordem compósita (elementos decorativos das ordens jônia e coríntia conjugadas).



As ordens gregas: dórica, jônica, coríntia e compósita.


O “Pantheon”: o templo de todos os deuses, construído em Roma por Marcus Agripa, século I d.C.


Coluna  erguida em 113 no Fórum Imperial em Roma, dedicada ao Imperador Trajano (98-117 d.C.), honrando suas vitórias e ali na sua base foram depositadas suas cinzas, no interior de uma urna.

b) Escultura: O trabalho  em escultura valorizou a busca pela perfeita representação da figura humana e sua devida correspondência com os deuses, ou seja, os deuses são a imagem e semelhança dos homens. A noção de movimento e expressividade é marcante, sendo a visão subordinada ao tato. Os trabalhos eram realizados em diferentes suportes: mármore, bronze. Quanto aos temas, eram feitas esculturas dos principais homens da vida política, tanto da Grécia como em Roma, e também dos deuses, heróis e mitos de ambas. A escultura não só  se destacou apenas nas peças monolíticas, mas também nas peças em baixo-relevo e alto-relevo.



Relevo do século IV a.C. : Hipócrates curando doentes (460?-377 a.C.)

c) Pintura: A pintura grega é mais notada como elemento decorativo das paredes como afrescos e de peças de cerâmica trabalhadas sob duas técnicas: a figura negra (o desenho é riscado com instrumento pontiagudo e coberto com tinta negra, ficando ressaltado seu detalhe) e a figura vermelha (o fundo do desenho é vermelho e as figuras são feitas com tinta negra).
Os romanos, porém, já realizavam a pintura  mais destacadas em paredes, os afrescos (Pompéia e Herculano, cidades localizadas da Campânia, próximas à Nápoles, junto ao Monte Vesúvio, que as soterrou numa grande erupção em 79 d.C.), tendo também uma forte influência grega, pois era muito comum a contratação de artistas gregos para executá-los.

Banquete grego


Afresco de Pompeia: uma “natureza morta”


Míron (IV-Va.C) : escultor famoso antes de Fídias que esculpiu o Discóbolo (lançador de Disco)


Partenon, em Atenas, reconstruído por Fídias – 448-432 a.C.

Athena Promachos: réplica em miniatura da estátua colossal do Pártenon


Cariátides: colunas de forma feminina esculpidas por Fídias (séc. V a.C.)


Policleto de Argos: esculpiu o Doríforo (portador de lanças).


Vênus Capitolina , cópia romana de um original grego, séc. III a.C., presente no Museu do Capitólio, Roma.

Ao lado da filosofia grega, se desenvolveu também o teatro (theatron = lugar de onde se vê.), cujas origens estão nas festas dedicadas a Dionísio, portanto, de caráter religioso para os povos que viviam na Hélade. O lugar sagrado de Dionísio, deus do vinho e dos campônios, era a arena do teatro, e o calendário da cidade incluía seus rituais, que marcavam o ciclo do tempo da própria cidade, dos cidadãos e das artes. As apresentações eram precedidas de procissões, oferendas e sacrifícios, coroação dos benfeitores públicos e, por fim, a encenação.
As festas em honra a Dionísio compunham-se de cantos, danças e preces, tendo como parte do ritual o caráter orgiástico, quando os participantes, embriagados pelo vinho, se entregavam aos prazeres sexuais, cuja síntese era o delírio místico e corpóreo, num processo de catarse que conduzia à comunhão com o sagrado.
Algumas pessoas se vestiam como sátiros (seres míticos ligados aos campos que eram metade bode e metade homem), compunham um coro e cantavam em tom único, sem contrastes vocais; progressivamente, esse coro se fragmentou em duas partes que dialogavam entre si, com perguntas e respostas, coordenadas por um corifeu (líder do coro), que se destacava dos demais por sua habilidade na dança e no canto que executava simultaneamente. Gradativamente, essa encenação agregou outros elementos representativos como trajes e máscaras e, de certa forma, foi se estruturando a ideia de tragédia.
As peças se dividiam em diferentes gêneros:
  • tragédia: história de caráter tenso e final fatídico (derivado de tragônia: tragos = bode; oidê = canto; origem ligada provavelmente aos sacrifícios dedicados a Dionísio);
  • comédia: marcada pela alegria, com predomínio da sátira (derivado de kômôidia, canto de kômos, o cortejo alegre que acompanhava Dionísio);
  • drama: cuja ideia central é a imitação (dramatos = ação, derivado de dran = fazer).
O que no início tinha um caráter espontâneo foi tomando uma forma mais regrada, saindo da cultura oral para se manifestar na cultura escrita mantendo seus elementos de origem, já que o conteúdo da tragédia era o mito, inicialmente com a vida de Dionísio e das personagens ligadas a ele; ao longo do século VI a.C., o tema dionisíaco cede passo às narrativas de heróis e de outros deuses.
A fusão dos mitos heroicos com os mitos divinos também faz parte das relações entre o plano humano e o mundo sobrenatural, pois, na concepção grega, os deuses interferiam diretamente na vida dos humanos, que muitas vezes agiam “sob influência divina”, cometendo erros e crimes ou contando com sua proteção e ajuda.
Entre os autores, temos Ésquilo (525-456 a.C), que escreveu Os Persas; Os Sete contra Tebas; Oréstia; Sóflocles (496-405 a.C), autor de Antígona; Édipo Rei. Eurípides (485- 406 a.C.) que escreveu Alceste; Medéia; Bakas e Aristófanes (445-380 a.C.) autor de Lisístrata.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Slides das Aulas de História

Caros alunos e demais interessados, eis mais uma leva de slides sobre temas já vistos em aula.
Bom estudo!


SLIDES - SOCIEDADE COLONIAL BRASILEIRA


SLIDES - POVOS INDÍGENAS E PROCESSO DE CONQUISTA DO NOVO MUNDO PELOS EUROPEUS


SLIDES - PRÉ-HISTÓRIA E AS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Links para as aulas de História

Aos meus caros alunos e interessados em geral, graças ao apoio do Lucas (aluno do Cursinho da Poli Lapa), os slides das aulas que já vimos estão disponíveis nos links abaixo.

Bons estudos!

SLIDES SOBRE A GRÉCIA ANTIGA:

http://www.megaupload.com/?d=RE1NYJB8

SLIDES SOBRE ROMA ANTIGA:

http://www.megaupload.com/?d=THO0ER5A

SLIDES - INTRODUÇÃO À HISTÓRIA:

http://www.megaupload.com/?d=GCTMEW32

Fonte sobre História da África

A obrigatoriedade do ensino de História da África tem o objetivo de reverter o eurocentrismo predominante nos currículos brasileiros, possibilitando uma abordagem mais ampla, a qual pode favorecer uma visão plural sobre o continente africano, pois afinal existem várias "Áfricas", com suas línguas, tradições, etnias e culturas.

Conhecer a História da África é conhecer melhor a nossa história e entender que os africanos têm um papel importante na sua construção, assim como outros povos que aqui se estabeleceram.

A UNESCO disponibilizou, em formato digital, uma coleção de "História da África" organizada por especialistas de vários países e o melhor: tudo em português. Eis o link:


http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese-1/

Boa leitura!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O bar do Folies Bergère – Edouard Manet

Uma das principais características do movimento impressionista é a desconstrução do espaço clássico, pois o observador não tem mais o ponto de fuga que orienta o seu olhar e assim sendo, a imprecisão dos traços, gradativamente, vai codificando as novas formas de representação do objeto: a linha se torna espessa, a cor se fragmenta em nuances e por fim, a composição espacial põe à prova o observador, uma vez que concebe um jogo de ilusão e realidade em proporções muito delicadas e elegantes.


O bar do Folies Bergère – Edouard Manet, 1882.  Musée d’Orsay, Paris, França.


No quadro do bar, Manet usa de um recurso antigo (o espelho) com uma perspectiva diferenciada, porque procura criar um quadro dentro do próprio quadro, abrindo assim, uma “segunda obra” que se relaciona intimamente com a primeira. O espelho ocupa três quartos do fundo da tela e além de sua função espacial (mostrar o salão e seus ocupantes) impõe uma noção temporal, centrada no olhar perdido da balconista que nos observa e quando observamos o espelho vemos outro momento, a balconista atendendo um cliente.



Sejam os ocupantes do salão ou mesmo o lustre que decora e ilumina o ambiente, em ambos observamos o conjunto de pinceladas irregulares, que com massas de tinta, onde a forma e a cor definem o elemento representado, guardando diferentes nuances, como o rendilhado que a balconista usa sobre o colo ou a massa de cristais do lustre.
Do ponto de vista social, o espelho também segrega dois planos distintos: o trabalho da balconista num espaço de lazer (o Folies Bergère era um cabaret em Paris), da qual ela é naquele momento privada porque está trabalhando e seu olhar denota as agruras e desgastes da função e por outro lado, estão presentes, dezenas de pessoas que podem usufruir de momentos prazerosos de alegria, felicidade e descanso, ou seja, as dezenas de pessoas que ocupam o salão.
A composição espacial, portanto, rompe nesta tela com as convenções de uma perspectiva geométrica matematicamente calculada, na qual os elementos da composição são presos a uma rígida ordem.

Casal Arnolfini - Jan Van Eick ,1434. National Gallery, Londres, Grã-Bretanha.

Ao se valer do uso do espelho, a metáfora de mostrar outro espaço, aquele que não está visível ao plano da tela, vai além da enunciação como, por exemplo, no famoso quadro o Casal Arnolfini de Jan van Eick de 1434, pois Manet torna o espelho algo muito mais importante que um detalhe que só pode ser avaliado sob a ampliação de uma lupa (como no quadro de van Eick), pois a pintura do espelho tem uma representação simbólica muito intensa, afinal sua riqueza de elementos e a forma de sua disposição permitem avaliar as temporalidades propostas pelo pintor.


O espelho não só oferece o contraponto do ângulo de visão para o espectador, mas também atesta a presença das testemunhas, as quais se encontram junto à porta, fazendo com que o compromisso ali selado tivesse a validade necessária. Vale lembrar que ainda há uma terceira testemunha que se faz presente pela inscrição acima do espelho: "Johannes van Eick fuit hic 1434 " que quer dizer "Jan van Eick esteve aqui, 1434".

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Mudanças para o Vestibular FUVEST 2012

As informações abaixo foram retiradas do portal G1 da Globo. No site da Fuvest (www.fuvest.br), oficialmente, ainda não foi divulgado nada.

Leiam e depois confiram na fonte:

USP aprova mudanças no vestibular da FUVEST


02/06/2011 13h52 - Atualizado em 02/06/2011 14h28 


Nota da primeira fase terá peso na nota final do candidato. 
A nota de corte vai aumentar e prova da segunda fase terá menos questões.

Do G1, em São Paulo
O Conselho de Graduação da Universidade de São Paulo (USP) aprovou nesta quinta-feira (2) um pacote com cinco mudanças no vestibular da Fuvest. Entre as principais alterações está a participação da nota da primeira fase com peso na nota final do candidato. As mudanças já valem para o vestibular de 2012, que terá a primeira fase no dia 27 de novembro e a segunda fase de 8 a 10 de janeiro do ano que vem.
VEJA AS MUDANÇAS NO VESTIBULAR DA FUVEST
Como eraComo passa a ser
1ª faseA nota servia apenas para classificar o candidato à 2ª faseA nota se soma às notas da 2ª fase na nota final do candidato
Nota de corte da 1ª faseMínimo de 22 pontosMínimo de 27 pontos
Prova do 2º dia da 2ª faseTinha 20 questões dissertativasTerá 16 questões dissertativas
Convocados para a 2ª fase3 candidatos por vaga2 a 3 candidatos por vaga
Mudar de carreiraNão era possívelPermitido aos candidatos que não foram convocados após a 3ª chamada
Bônus para alunos de escolas públicasAté 12%Até 15% dependendo de desempenho em provas no 2º e 3º anos do ensino médio
 A nota da primeira fase volta a ter peso na nota final do candidato. Em 2009, a primeira fase havia deixado de valer na nota final e servia apenas para classificar o candidato para a segunda fase. Outras mudanças são a redução do número de perguntas (de 20 para 16) da segunda prova da segunda fase do vestibular; o aumento da nota de corte da primeira fase de 22 para 27 pontos; a aprovação de dois a três estudantes por vaga com nota acima da mínima para a segunda fase - hoje são três candidatos; e a opção do vestibulando mudar de carreira caso não seja convocado após a terceira chamada.
As mudanças foram definidas em uma reunião do conselho. Uma entrevista coletiva será concedida ao final da reunião, ainda nesta quinta-feira. Representantes das 42 unidades da USP participam do conselho. As alterações foram elaboradas por um grupo de trabalho nomeado pela Pró-Reitoria de Graduação com base em avaliações dos últimos vestibulares e sugestões dos departamentos.