Fonte: Portal Yahoo
Elena Garuz.
Berlim, 16 set (EFE).- O antigo terminal de Friedrichstrasse, conhecido como o "Palácio das lágrimas", recebe uma exposição que pretende recriar as dolorosas despedidas vivenciadas na estação de trem com a construção do Muro de Berlim, há 50 anos.
"Isto é história alemã em seu estado puro para qualquer visitante de Berlim", declarou a chanceler alemã, Angela Merkel, ao inaugurar a mostra. Ao mesmo tempo, Merkel ressaltou o ambiente de intimidação que reinava no antigo terminal, lembrando que ela já experimentou nesse local a dor de se despedir de um ente querido sem a certeza de que voltaria a vê-lo.
Incentivada pela fundação Casa da História da República Federal Alemã, a exposição reúne objetos originais, como uma cabine de controle, documentos, fotos, gravações de áudio e imagens, assim como inúmeros exemplos biográficos e testemunhos da época.
Entre 1962 e 1990, o terminal era o principal lugar no qual os alemães do Leste e do Oeste tinham que se despedir de seus familiares e amigos.
"Apresentar a história em lugares reais é um dos objetivos da fundação. O 'Palácio das Lágrimas' nos traz uma lembrança histórica como nenhum outro lugar da Alemanha", afirma Han Walter Hütter, presidente da fundação.
Segundo o diretor da exposição, Jürgen Reiche, "muitas histórias, tanto dramáticas como cotidianas, entre elas também muitas fugas fracassadas, estão vinculadas com este lugar único situado entre o Leste e o Oeste".
Com uma superfície de 550 metros quadrados e um total de 570 objetos expostos, a Casa da História procura ilustrar o sofrimento tanto para os que saíam como para os que eram obrigados a permanecer em Berlim Oriental.
"Era um lugar triste, onde muitas pessoas traziam a expressão do medo escrita no rosto", declarou a chanceler alemã em uma mensagem por vídeo.
A chefe do Governo federal espera que a exposição atraia "não só visitantes que ainda se lembram do 'Palácio das Lágrimas' e de suas vindas ao Ocidente", mas também jovens que não vivenciaram a experiência do muro e da fronteira entre as duas Alemanhas.
Muitas pessoas, sobretudo cidadãos orientais e idosos, pessoas a quem o regime comunista permitia uma estadia limitada na Alemanha Ocidental, não puderam suportar a carga psíquica e física à qual se viram submetidos por causa dos extremos controles. Assim, entre 1962 e 1990, mais de 200 pessoas morreram ao passar pela estação de Friedrichstrasse.
Ao mesmo tempo, a exposição, intitulada "Experiências fronteiriças: o dia a dia da divisão alemã", reflete a intensidade e a diversidade das relações entre os cidadãos de ambas as Alemanhas durante os quase 30 anos em que o "muro da vergonha" permaneceu de pé.
O processo de reunificação também aparece como um dos focos da exposição, que pretende ressaltar o alcance internacional deste acontecimento. Após a queda do bloco comunista, o terminal da estação de Friedrichstrasse, um moderno pavilhão de vidro e aço, deixou de desempenhar a função de "Palácio das Lágrimas".
Sob ameaça de demolição, o simbólico lugar foi declarado um Patrimônio Nacional em 2003, sendo submetido a reformas para acolher esta exposição permanente, aberta ao público de forma gratuita.
Uma dica de vídeo, vai gostaR!
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=kqpy2BfEEns&feature=fvsr
Falou!