Reunidos em uma conferência em Genebra, membros da comunidade internacional alcançaram neste sábado um acordo para pôr fim à violência e levar a paz à Síria, mas deixaram em aberto se o presidente Bashar al-Assad poderia fazer parte do governo de transição.
Encontro em Genebra: Pessimismo domina reunião de Annan para discutir paz na Síria
Anti-Assad: Opositores da Síria denunciam dia mais mortal desde início de levante
O enviado da ONU para a Síria, Kofi Annan, disse que a conferência internacional concordou que seja formado um governo de transição para o país. Segundo ele, a nova administração deve ter "poderes executivos totais" e ter integrantes da oposição e do atual governo, mas não está claro se Assad a integraria.
Os EUA desistiram das reivindicações de incluir no texto a obrigatoriedade de que Assad fosse excluído, esperando que a concessão encorajaria a Rússia a impor mais pressão sobre seu antigo aliado para parar a violenta repressão que, segundo a oposição, deixou mais de 14 mil mortos.
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, mesmo assim insistiu depois que Assad deveria deixar o poder, afirmando que agora é "incumbência da Rússia e da China mostrar a Assad que seu futuro já está predeterminado".
Moscou se recusou a apoiar uma moção que conclamaria Assad a renunciar, reiterando que forças externas não podem ordenar uma solução política para a Síria.Annan disse que, depois das negociações, "cabe à população síria chegar a um acordo político". "Duvido que os sírios que lutaram tanto por sua independência escolherão pessoas com sangues nas mãos para liderá-los", disse.
Annan pediu também por um cessar-fogo imediato e a implementação do plano de paz da ONU e que agências humanitárias tenham acesso imediato aos necessitados.
Previamente, Annan alertou aos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU — EUA, Rússia, China, França e Reino Unido — de que, se fracassassem no encontro abrigado pela ONU em sua sede europeia na Suíça, enfrentariam uma crise de "severa gravidade" que poderia desatar violência em toda a região e oferecer um novo front para o terrorismo.
"A História nos julgará com dureza se nos provarmos incapazes de seguir o caminho correto hoje (sábado)", disse Annan aos chanceleres reunidos em Genebra, alertando que os participantes seriam responsabilizados caso continuem ocorrendo mortes no país e pela ameaça de que o conflito se torne internacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário