Tributo da Cathedra Petri - Giovanni Bernini 1666 - Basílica de São Pedro - Vaticano
Segundo o Evangelho de Mateus 16, 18-20: “Também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus"
Bento XVI, depois de um tempestuoso papado (2005-2013), renunciou ao "trono de Pedro", que foi sendo materializado a partir das palavras acima citadas do Evangelho de Mateus, que aliás se encontram escritas na face interna da cúpula de Michelangelo na Basílica de São Pedro, um tanto acima, do belíssimo trono que Bernini esculpiu dentro da profusão de formas e detalhes da estética barroca.
Nos tempos atuais, há um clamor por renovação, por valorização da fé e dos necessitados, por uma Igreja que retome os valores do amor estabelecido por Jesus, deixando de lado, as disputas de poder, os interesses escusos e principalmente, o desrespeito ao ser humano que muitos sacerdotes tem praticando, usando a sua posição como um escudo. Basta observar a vexatória situação que ainda envolve a Igreja e os casos de abusos sexuais praticados por membros do clero ou em instituições católicas, que foram simplesmente ocultados, sem investigação ou punição.
Existem os desafios da atualidade: a posição da Igreja quanto à AIDS, as campanhas de controle de natalidade e o uso de preservativos. Além disso, a discussão dos direitos iguais aos homossexuais na sociedade, do aborto, da reintegração dos divorciados, fora a questão do celibato e o papel da mulher no clero, que permanecem com tabus e por fim, a defesa da tolerância e do ecumenismo.
Com muita certeza, o sucessor de Bento XVI não conseguirá resolver todos estes problemas, mas deverá preparar a Igreja para se posicionar de modo satisfatório, acolhedor e sincero, pois do contrário, seu espaço será ainda mais restrito. Em boa parte da Europa de hoje, por exemplo, as grandes igrejas se tornaram museus frequentados por turistas, pois o número de fiéis se reduzira em muito e os remanescentes envelhecem e as novas gerações não se renovam.
Quem sabe, o próximo a ocupar o Trono de Pedro, se recorde das palavras de um antecessor, João XXIII (1958-1963), escritas na Encíclica Mater et Magistra (Mãe e Mestra) de 1961, : "a Santa Igreja, apesar de ter como principal missão a de santificar as almas e de as fazer participar dos bens sobrenaturais, não deixa de se preocupar com as exigências da vida cotidiana dos homens, não só naquilo que diz respeito ao sustento e às condições de vida, mas também no que se refere à prosperidade e a civilização".
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