No início
de 1945 a guerra indicava a vitória aliada devido ao cerco das tropas alemãs em
seu próprio território, graças à ação conjunta das frentes ocidental e
oriental. Os soviéticos foram os primeiros a entrar em Berlim, tomando a cidade
e encontrando Hitler e a cúpula nazista morta no quartel general do Führer após
suicídio, terminando com a guerra na Europa em 8 de maio de 1945.
A guerra,
no entanto, ainda acontecia no Pacífico por causa da resistência japonesa,
principalmente com a ação dos camicases (expressão que significa “vento divino”
em japonês e foi usada pelos pilotos que faziam ataques aéreos suicidas contra
o exército dos EUA) contra a frota norte-americana.
A partir
de uma decisão tomada pelo presidente dos Estados Unidos Harry Truman,
(Franklin Roosevelt havia falecido em 12 de abril de 1945) foram feitos dois
ataques às cidades de Hiroshima e Nagasaki, respectivamente em 06 e 09 de
agosto de 1945, com uma nova e aterrorizante arma: a bomba atômica. Ambas as
cidades foram quase que totalmente arrasadas, contabilizando mais de 150.000
mortos e milhares de feridos, além de pessoas contaminadas com a radiação por
várias gerações.
Após a rendição incondicional, o Imperador Hirohito (1926-1989), foi à rádio e pela primeira vez, seu povo ouviu a voz daquele seria, segundo a tradição, um "ser divino que os governava", mas as notícias não eram nem um pouco agradáveis, pois Hirohito negou publicamente sua origem divina, afirmou que o exército imperial japonês fora derrotado e tinha se rendido incondicionalmente. A partir daí, o Japão se transformou numa monarquia parlamentar, cujo projeto de Constituição foi esboçado pelo General Douglas MacArthur, responsável pela ocupação militar do Japão de 1945 a 1952.
Tal notícia fora tão dura e profunda que, muitos seguiram uma outra tradição, uma vez que a derrota era entendida como desonra, só restava o suicídio.
Em 2 de setembro de 1945, o Estado-Maior japonês capitulava definitivamente a bordo do porta-aviões norte-americano Missouri , encerrando a II Guerra Mundial, que deixou um saldo de aproximadamente 50 milhões de mortos.
Já se passaram 68 anos dos ataques nucleares, mas ainda existem sequelas nos sobreviventes e uma marca indelével dos horrores cometidos pela Humanidade, que Vinícius de Moraes, registrou em versos na sua famosa Rosa de Hiroshima.
Rosa de Hiroshima
Vinícius de Moraes, 1973
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada
Sugestão:
O Sol. Direção: Aleksandr Sokúrov. Rússia/Itália/França/Suíça, 2005: Em 15 de agosto de 1945, os japoneses ouvem pela primeira vez a voz de seu imperador, que exorta seu exército e seu povo a pôr fim às hostilidades. Isso permite aos norte-americanos desembarcar nas ilhas japonesas sem encontrar resistência. O pedido do imperador ajuda a salvar muitas vidas, mas os vencedores exigem que Hirohito (Issei Ogata) compareça diante de um tribunal de guerra. O general MacArthur (Robert Dawson), comandante das tropas americanas no Pacífico sul, desaconselha o presidente Truman a converter Hirohito num criminoso de guerra.
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