Caros leitores, segue abaixo uma matéria que saiu no Portal Uol apresentando dicas para se preparar melhor para os exames vestibulares.
Não são só os ingleses que adoram falar sobre o
clima. Os examinadores dos vestibulares também têm uma queda pelo tema, recorrente nas provas de
Geografia das principais universidades e no Enem. Brincadeiras à parte, a professora Vera Antunes, do Curso e Colégio Objetivo, afirma que as perguntas pedem para interpretar gráficos de chuva, tipos de climas.
"Além da aplicação em imagens, é importante entender os fenômenos e saber explicá-los, por exemplo, a relação entre
desmatamento, infiltração da água no solo e deslizamentos de terras no período de chuvas tropicais, como
aconteceu em Petrópolis-RJ no início do ano".
Pais, filhos, gerações, evolução
Na segunda parte dos fundamentos da genética clássica, em
Biologia, os temas de destaque desta semana são o
padrão de herança de genes ligados ao cromossomo sexual e
meiose e sua relação com a segregação independente.
Segundo o professor Tony Manzi, do Cursinho Henfil, é importante saber os padrões de herança relacionados ao cromossomo X. Dentro do assunto, são frequentes perguntas sobre doenças como daltonismo e hemofilia. Em relação à meiose, o professor Luiz Carlos Pellinello, do Objetivo, afirma que o aluno precisa conhecer os detalhes da
divisão meiótica e onde os genes estão no mesmo cromossomo ou em diferentes. O
complexo de crossing-over e características de síndromes costumam ser temas das questões.
Conservação de energia e potência são os destaques no roteiro de
Física desta semana, que trata sobre
energia. O professor Eduardo Figueiredo, do Objetivo, afirma que é importante saber o teorema da energia cinética. Já para o Enem, as questões não exigem muito cálculo e fórmulas, de acordo com o professor Márcio Haga, do Cursinho Henfil. “Já em grandes vestibulares, como a Fuvest, o
tema pode aparecer de forma mais complexa, relacionado a outras partes da física”.
Ponto complexo
Sabe o que é um ponto no plano cartesiano? As piadas sobre pontinhos devem muito aos
números complexos, tema de
Matemática desta semana. "Quando escrevemos o número complexo, representamos algebricamente o ponto no plano cartesiano", explica o professor Giuseppe Nobilioni, do Objetivo.
Segundo ele, este conteúdo deve ficar fora do Enem. "Já na Fuvest, é importante. Caiu em uma das últimas provas da FGV também", afirma. Ainda dentro do tema, a
forma trigonométrica facilita potenciação e radiação.
Para solucionar
Temos um longo capítulo de
Química para encerrar o bloco de disciplinas da área de exatas. Sobre
soluções, as provas podem abordar diferentes detalhes, segundo o professor Antonio Mario Salles, do Objetivo. "Os conceitos também podem ser usados em conteúdos sobre cinética, química e equilíbrio".
O primeiro passo é diferenciar solvente e soluto, lembrando que soluções referem-se a misturas homogêneas. "Em uma solução de água com açúcar, este último não é visível a olho nu", ressalta o professor. Segundo ele, sempre caem perguntas sobre o
coeficiente, a máxima quantidade de substância que pode ser dissolvida em certa quantidade de solvente. “Como as quantidades variam com a temperatura, é possível fazer representações gráficas, as tais
curvas de solubilidade”, explica o prof. Salles.
Sobre a concentração das soluções, que se refere à quantidade de soluto de solução, preste atenção na concentração medida em mol por litro, que é mais frequente nos vestibulares. Dentre as
propriedades coligativas, o prof. Salles destaca a pressão osmótica, que é importante também em biologia. "Na passagem por uma membrana semipermeável, só passa o solvente. Está relacionado à entrada e saída de água na célula, ou na raiz das plantas", comenta.
Natureza e engajamento
Depois de tantos cálculos, que tal um pouco de arte? Em
Literatura, o roteiro desta semana traz a
poesia do Romantismo no Brasil. Gonçalves Dias (Poesias),
Álvares de Azevedo (Noite na taverna, Lira dos vinte anos) e
Castro Alves (Espumas Flutuantes, Os escravos) são os grandes nomes representativos do movimento.
O saudosismo, idealização e exaltação da natureza de Gonçalves Dias, o pessimismo e melancolia byronista de Álvares de Azevedo e o engajamento político de Castro Alves não têm sido muito perguntados nos vestibulares recentes. "Se o estudante tiver o conhecimento das características destes três autores, consegue resolver qualquer questão sobre o romantismo no Brasil", afirma o professor Daniel Perez, coordenador da área de humanas do Curso Henfil.
No roteiro de
Português desta semana,
termos integrantes da oração (objetos direto e indireto,
complemento nominal), são tão importantes quanto os termos essenciais, estudados na semana passada. Atenção especial às preposições, fundamentais para diferenciação de
objeto direto e indireto. "São assuntos de extrema importância para os vestibulares, mas não para responder perguntas conceituais", adverte o prof. Perez, do Henfil. Principalmente em segunda fase de exames, dominar este conteúdo ajuda a resolver questões em que se pede para reescrever uma sentença ou trocar o conectivo. "O tema interfere também em coerência e coesão do texto".
Modernidade e mercantilismo
Com a dinâmica dos vestibulares dos últimos anos, não se pode mais afirmar quantas questões de cada tema vão cair. Mas, a análise dos exames recentes mostra que as eras Moderna e Contemporânea estão aparecendo com mais peso nas provas de
História Geral, segundo o professordo Cursinho da Poli, Elias Feitosa de Amorim Jr.
No conteúdo desta semana,
Estado moderno e absolutismo monárquico, ganha destaque a ascensão da burguesia, que se torna um grupo econômico cada vez mais forte dentro do Estado. Por seu lado, a figura do rei ganha poder, sustentada pelos impostos pagos pelos burgueses. Em contrapartida, esta classe ganha apoio do rei para as
práticas mercantilistas – é o capitalismo em ação. As explicações são do prof. Elias
Outro ponto importante é a
expansão marítima, pela qual o mercantilismo toma uma dimensão além da Europa. “Novas terras entram no mundo europeu, tem início o processo colonial”, conta o professor.
A fragmentação de nosso roteiro resultou em descompasso entre a
História do Brasil e a Geral. Portanto, damos um salto no tempo e no espaço, para estudar a expansão e ocupação territorial do País, no período colonial. Segundo o professor Elias, do Cursinho da Poli, quatro pontos importantes estão intrinsecamente relacionados neste tema: a
União Ibérica, as invasões estrangeiras (
holandesas e
francesas, principalmente), o
bandeirismo e os tratados e limites.
Dentro destes tópicos, destaque para o movimento de interiorização pelos
bandeirantes, a princípio para captura de indígenas para serem escravos, depois, com a busca ouro e metais preciosos e o combate a quilombos, onde se encaixa o episódio de
Palmares. Lembre-se que este não foi o único, sugere o professor Elias.
Entre os tratados, o de Madri, de 1750, ganha importância porque foi por meio dele que o País ganhou a “cara” que tem hoje. “Até aquele momento, a possibilidade de ter uma ampliação tão grande do território da colônia não era factível”, afirma Elias. A negociação entre Portugal e Espanha envolvendo a colônia de Sacramento e as terras das missões em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o princípio de
uti possidetis (uso e posse) e as consequências posteriores, do ponto de vista geopolítico (relação do Brasil com países vizinhos, integridade territorial e proteção de fronteiras) merecem ser estudados com atenção.