O processo de independência do Brasil não se resume aos desdobramentos do 7 de setembro de 1822, mas esta data pode ser entendida como o fim de uma etapa, a qual se iniciou com s vinda da Família Real em 1808 e a mudança do centro político do Império Português para o Rio de Janeiro. O governo imperial foi alterado com o retorno de D.João para Portugal e o fato de seu filho, D. Pedro ter ficado como Príncipe Regente em 1821 já detonava que algo havia mudado, afinal, desde 1815, o Brasil foi elevado à condição de Reino Unido.
O I Reinado (1822-1831) foi marcado pela transição política em relação a Portugal, mas ao mesmo tempo, ainda rondava o fantasma da “recolonização”. No plano interno, o status quo foi mantido, pois a elite latifundiária e escravocrata continuava a deter o controle político e econômico.
Se as ações de D. Pedro foram cruciais para a Independência, podemos dizer que também foram para a abdicação, pois a Constituição outorgada de 1824, o centralismo político e os desdobramentos da sucessão do trono português com a morte de D. João VI em 1826 criaram uma situação inconciliável nos planos interno e externo do Império do Brasil.
O governo de Dom Pedro II (1840-1889), nascido de uma manobra política tentou proporcionar uma fase de estabilização na política interna, especialmente pelo quadro instável da regência (1831-1840), fato que gradualmente se modificou, especialmente pela alternância dos partidos (Liberal e Conservador) no poder, consolidando uma maior estabilidade, dentro da qual não foi abandonada a manutenção da postura centralizadora e dessa forma, no campo econômico, a manifestação de um “surto de desenvolvimento” proporcionado pela economia cafeeira, acompanhado pelo fim do tráfico de escravos em 1850, pela Lei Eusébio de Queirós.
No plano externo, o Império do Brasil não conseguiu se emancipar da em relação à Inglaterra, mas no âmbito regional tentou interferir na condução política das repúblicas vizinhas, inclusive militarmente, fato que gerou as Guerras Platinas (1851-1852) e logo em seguida, a Guerra do Paraguai (1864-1869).
D. Pedro II, que durante muitos anos mostrou-se um perspicaz articulador político, equilibrando-se no poder entre liberais e conservadores, porém na concepção da elite emergente da riqueza do café, a ordem imperial acabava por se tornar anacrônica em relação aos anseios progressistas e em virtude disso, perdeu o apoio de parte dos fazendeiros, o que abriu espaço para o crescimento do movimento republicano, oficializado pela Convenção de Itu em 1873.
A Questão Religiosa que foi causada pela Bula Syllabus (1864), ordenação do Papa Pio IX que ordenava a expulsão dos maçons das paróquias brasileiras, mas a negação do Imperador e a desobediência dos bispos de Belém e Olinda que cumpriram a ordem papal e foram para a prisão, gerando a crise com a Igreja Católica.
A Questão Escravista representou o processo de gradativa ruptura com o sistema escravista: em 1871 foi aprovada a Lei do Ventre Livre, que declarava livre todo filho de escravo, nascido dali em diante; em 1885 a aprovação da Lei do Sexagenário, libertando todos os escravos com mais de 60 anos e por fim, em 1888 Lei Áurea, que aboliu a escravidão, gerando os “republicanos do 13 de maio”, grupo formado pelos fazendeiros do Vale do Paraíba, que usavam escravos em suas lavouras e até então tinham apoiado o Império.
A Questão Militar causada pelos interesses do Exército em participar do poder político, especialmente depois da vitória sobre o Paraguai e ao mesmo tempo, o centralismo do imperador que não permitia a participação do Exército.
A somatória desses elementos foram suficientes para a derrocada do Império em 15 de novembro de 1889, através do Golpe de Estado liderado pelo Mal. Deodoro da Fonseca que proclamou a República.
Uma preciosa fonte de informações é o acervo de fotografias da Família Imperial que se encontram no Instituto Moreira Salles , em São Paulo. Vejam a exposição e passeiem um pouco mais sobre a História do Brasil.
o catálogo pode ser comprado na Majestatis.com.br
ResponderExcluir